segunda-feira, 9 de agosto de 2010

A ILHA (de Spinalónga)

       "Finalmente - uma leitura de verão com alma" (The Observer, na capa).
       Recomendar uma leitura, que se fez, é reconhecer nela uma mensagem importante, um texto envolvente, um desafio para melhorar a vida, as concepções, as ideias sobre os outros e sobre o mundo, a aprofundar o conhecimento da natureza humana, a assumir uma maior tolerância para com os erros dos outros e uma maior humildade nas nossas imperfeições. Este livro tem tudo isso.
       É um romance que se lê de uma assentada, cujo pano de fundo é, em primeira instância, a LEPRA, num tempo em que era um estigma social, separando famílias, afastando os amigos, exilando os leprosos. Lembra a autora a referência bíblica aos leprosos, com vestuário andrajoso, e gritando, na proximidade de alguém, que tinha lepra, para as pessoas se isolarem.
       Este romance centra-se numa família à descoberta da sua identidade, em que familiares foram atingidos por este flegelo, e numa ilha, em que pessoas se esforçam por viver com dignidade apesar de terem sido ostracizadas da sociedade e colocadas numa ilha, para que não pudessem contaminar os outros.
       Mas mesmo no meio da tragédia, a vida continua, e a dedicação, competência, a generosidade de muitos alivia o fardo dos outros.
       Em Spinalónga, fazem-se sentir as dificuldades da Segunda Guerra Mundial, abrindo-se depois à esperança da cura, que a guerra entretanto interrompera. Hoje bastam € 25,00 para tratar uma pessoa com lepra...
       No meio de tanta adversidade é possível ser feliz, é possível ser bom. Mas também a possibilidade da maldade, da indiferença, do medo, da fuga, da maledicência.
       É uma leitura extraordinariamente rica:
  • Victoria Hislop, A Ilha, Civilização Editora, Porto: 2009.
       Não deixe também, se possível de efetuar outra leitura sobre este tema, que recomendamos também aqui, Padre Damião, um coração de ouro.

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