domingo, 31 de outubro de 2010

Solenidade de Todos os Santos - Desejar ir para o céu...


A solenidade de todos os Santos e Santas e a comemoração de todos os fiéis Defuntos espontaneamente elevam nosso pensamento e nosso coração para lá onde, também nós, um dia, estaremos. Trazemos em nosso íntimo, no mais profundo do nosso ser, o desejo do céu, e de sermos felizes.A liturgia de ambas as celebrações é um convite a fixarmos demoradamente nosso coração nas “coisas do alto”, onde se encontra a verdadeira felicidade (cf. Cl 3, 2). Deus é a Felicidade. A plenitude da felicidade acontece na contemplação de Deus face a face, na conquista da vida eterna: “Esta é a vida eterna: que conheçam a ti, o Deus único e verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que enviaste” (Jo 17, 3).
Não basta sentir saudade de Deus, não basta ter saudade do céu. Não basta experimentar o desejo de ir para o céu. É preciso algo mais. Ao longo de nossa peregrinação de volta para a Casa do Pai, é necessário ter a coragem de usar bem a nossa liberdade. A liberdade deve ser uma conquista diária para o bem. A todo instante somos convidados a fazer o mal e solicitados a praticar o bem.
O Maligno usa todos os meios possíveis para nos desviar do caminho da felicidade. Sua maior vitória consiste em levar as almas para longe de Deus. Se o Maligno existe, devemos combatê-lo. Não podemos ficar indiferentes diante dos artifícios do autor do pecado. Jesus passou pelo mundo libertando os possessos e curando toda sorte de enfermidade (cf. Mt 9, 35). Cabe a nós dar continuidade a essa missão. Quiçá, não estejamos entre os que não reconheceram ou não acolheram ou não aderiram a Jesus Cristo... E, sim, entre os indiferentes, covardes, medrosos, omissos, isto é, entre os que não se apercebem de que o Mal realmente existe em nós, no mundo e na Igreja.
Cristo venceu o poder do Maligno – o maior obstáculo à felicidade -, derrotou a fonte de todo mal que é o pecado.
Rezando ao Pai: “não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal”, também nós podemos levar uma vida livre do pecado, uma vida santa.
Assim, a festa de Todos os Santos e Santas é um convite à santidade, a sermos perfeitos como o Pai do Céu é perfeito (cf. Mt 5, 48). De nada adiantará nosso peregrinar, isto é, nossa vida não terá sentido, se nossos nomes não estiverem escritos nos céus (cf. Lc 10, 20).
Por intercessão de todos os Santos e Santas, queremos pedir ao Senhor e Autor de toda santidade que nos conserve fiéis ao Evangelho e nos dê a coragem do testemunho dos mártires, a fim de que sejamos testemunhas autênticas de Jesus Cristo.
Nos Santos e Santas, Deus mostra as imagens mais perfeitas de Jesus Cristo, a fim de que também nós, que ainda peregrinamos na fé, sejamos conduzidos a uma maior união com Cristo. “Como é santo aquele que vos chamou, tonai-vos santos, também vós, em todo o vosso proceder. Pois está na Escritura: Sede santos, porque eu sou santo” (1 Pd 1,15-16).
“Ser santo” exige purificação de toda mancha da carne e do espírito (cf. 2 Cor 7,1). Significa estar revestido de Jesus Cristo.
Celebrando a santidade e recordando todos os que nos precederam no caminho do céu, o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo nos dê um espírito de sabedoria e nos revele o que devemos “ser” e “fazer” para alcançarmos a morada dos santos (cf. Ef 1, 17). Que Ele abra o nosso coração à sua luz, para que saibamos qual a esperança que o seu chamamento nos dá, qual a riqueza da glória que está na nossa herança com os santos e santas (cf. Ef 1,17-18). Não há outro caminho para participarmos da liberdade dos filhos e filhas de Deus. Vale a pena buscar a verdadeira Felicidade.

Dom Nelson Westrupp

Retirado de "Grupo de Oração Rainha da Paz"

Frase

...Quando somos abandonados pelo mundo,
a solidão é superável;
quando somos abandonados por nós mesmos,
a solidão é quase incurável.

(Augusto Cury)

A Janela

Dois homens, seriamente doentes, ocupavam o mesmo quarto de um hospital. Um deles ficava sentado em sua cama por uma hora todas as tardes para conseguir drenar o líquido de seus pulmões. Sua cama ficava próxima da única janela existente no quarto. O outro homem era obrigado a ficar deitado de bruços em sua cama o tempo todo. Eles conversavam muito. Falavam sobre mulheres e suas famílias, suas casas, seus empregos...

E toda tarde quando o homem perto da janela podia se sentar, ele passava o tempo todo descrevendo ao seu companheiro de quarto todas as coisas que ele podia enxergar através da janela. O homem na outra cama começou a criar o hábito de esperar por esse período onde seu mundo era ampliado e animado pelas descrições de seu companheiro.

Ele dizia que da janela dava para ver um parque com um lago magnífico, onde patos e cisnes nadavam e muitas crianças brincavam com seus barquinhos de papel. Jovens namorados andavam abraçados no meio das flores que, de tão lindas, encantavam qualquer um que passasse próximo do local. Grandes árvores cheias de elegância na paisagem e uma fina linha laranja podiam ser vistas do horizonte. Quando o homem próximo da janela fazia as suas descrições, ele o fazia de modo primoroso e delicado, com detalhes e o outro homem fechava os seus olhos e imaginava a cena descrita.

Dias e semanas se passaram desde então. Em uma manhã bonita e ensolarada a enfermeira chegou trazendo água para o banho dos dois homens, mas um deles estava morto... O homem que estava próximo da janela havia morrido, pacificamente, durante o seu sono noturno. A enfermeira estava entristecida e chamou os atendentes do hospital para levarem o corpo.

Assim que julgou conveniente, o outro homem pediu para que a enfermeira o colocasse próximo da janela. A enfermeira ficou feliz em poder fazer esse favor e depois de verificar que o paciente estava confortável, o deixou sozinho no quarto. Vagarosamente, pacientemente, lutando contra a dor, ele conseguiu finalmente apoiar seus cotovelos para olhar pela primeira vez pela janela. Finalmente ele poderia ver tudo por si mesmo. Ele se esticou ao máximo, para poder ver através da janela, e quando conseguiu, deparou-se com um muro todo branco.

Ele perguntou para a enfermeira, assim que teve a chance, o que havia levado o seu amigo a lhe descrever coisas tão belas ao longo dos dias que lhe restavam, pois daquele local a única coisa que podia ser vista era o imenso muro branco.

A enfermeira respondeu que aquele homem era cego...

SONHE COMO SE FOSSE VIVER PARA SEMPRE, VIVA COMO SE FOSSE MORRER AMANHÃ.

(autor desconhecido)

JESUS CRISTO... em diversos momentos!

sábado, 30 de outubro de 2010

XXXI Domingo Tempo Comum - 31/Outubro

       1 – O nosso encontro com Deus, com Jesus Cristo, modifica-nos interiormente, comprometendo-nos com atitudes e gestos concretos na nossa relação com todos os que nos rodeiam.
       No Evangelho aparece-nos mais um publicano, desta feita, o chefe dos cobradores de impostos. Ainda hoje é uma profissão odiosa, mas muito mais naquele tempo e naquele contexto. Ao serviço do império romano, os judeus consideram os publicanos traidores, pecadores públicos.
       No domingo anterior, Jesus, na parábola que nos conta, elogia a atitude humilde e suplicante do publicano, em contraponto à soberba e sobranceria do fariseu. Hoje, Jesus exemplifica as suas palavras, indo hospedar-se em casa de um pecador.
       Zaqueu é um homem de baixa estatura, isto é, de vistas curtas, só vê o seu bolso, ou como diríamos na actualidade, só vê o tamanho da sua carteira. Mas quer ver Jesus. Já ouviu falar do Mestre dos Mestres e tem curiosidade, ou algo no seu íntimo o chama. Deixa o seu posto de cobrança e sobe a uma árvore. Jesus, que vê ao largo e ao longe, avista-o e diz-lhe: "Zaqueu, desce depressa, que Eu hoje devo ficar em tua casa".
       O evangelista mostra-nos Jesus como uma pessoa atenta e atenciosa, chama o seu interlocutor pelo nome próprio.
       Zaqueu, por sua vez, recebe Jesus com alegria, em sua casa. Esta alegria não é eufórica nem momentânea, mas transformadora: "Senhor, vou dar aos pobres metade dos meus bens e, se causei qualquer prejuízo a alguém, restituirei quatro vezes mais".
       2 – A presença de Deus na nossa vida é um estímulo e uma provocação ao bem, é esperança para o dia de hoje e para amanhã, é chamamento à vida, à felicidade, é garantia de que cada gesto de caridade se manterá até à eternidade.
       Deus não desiste de nós, ainda que desistamos d'Ele, ou nos afastemos pelo nosso pecado. Mantém-se fiel à sua promessa, à ALIANÇA de ser nosso Deus para sempre.
       Diz-se no livro da Sabedoria: "De todos Vos compadeceis, porque sois omnipotente, e não olhais para os seus pecados, para que se arrependam" (Primeira Leitura). Diante de Deus, o mundo é como uma gota de orvalho, mas ainda assim Deus ama tudo o criou. Perdoa, para que nos ergamos.
       No Evangelho, como vimos, Jesus não leva em conta o pecado de Zaqueu mas a vida nova que nele desponta neste encontro de conversão.
       A oração de São Paulo, pelas comunidades, é um convite à esperança, para que ninguém se alarme com falsas promessas ou anúncios cataclíticos, e ao compromisso com o tempo e com a história: "oramos continuamente por vós, para que Deus vos considere dignos do seu chamamento e, pelo seu poder, se realizem todos os vosso bons propósitos e se confirme o trabalho da vossa fé".

       3 – Face à Palavra de Deus que escutámos/lemos e reflectimos que atitudes poderemos assimilar para a nossa vida? Alguns desafios parecem-nos desde logo claros e importantes:
- desejo de ver e de encontrar Jesus;
- deixar-nos "ver" por Ele. Não nos escondamos da Sua presença e do Seu chamamento;
- desçamos do nosso "pedestal", do nosso orgulho, e acolhámo-l'O em nossa casa. Façamos do nosso coração e da nossa vida, a Sua casa, morada santa de Deus, pois "hoje entrou a salvação nesta casa";
- que a nossa pequena estatura não nos impeça de ver Jesus, que veio "procurar e salvar o que estava perdido";
- como São Paulo, rezemos uns pelos outros, em comunidade e pela comunidade, para que frutifique em nós e através de nós a fé que professamos.
_____________________________
Textos para a Eucaristia (ano C): Sab 11,22-12,2; 2 Tes 1,11-2,2; Lc 19,1-10

Sinais do mundo: "O Grande Silêncio"!

       Documentário sobre a vida Cartusiana, vida de clausura, de silêncio, de oração, de contemplação.
       Postado a partir de SINAIS DO MUNDO.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Oração pelo Mundo

Jesus, tu és exemplo de Amor,

Tu que ao mundo trouxeste
Os ensinamentos do Amor e do Perdão,
Nesta hora de aflição
Rogamos-te compaixão
Para toda a humanidade,
Pois, só com sua sabedoria,
Querido Jesus,
Poderemos encontrar
a tão sonhada Paz e Felicidade.

Jesus, Tu que a este mundo vieste
Ajuda-nos com sua misericórdia,
Carregar a nossa cruz,
Pois, sem o teu auxílio Jesus,
Nos tornaremos egoístas com a vida corrida
Que temos nessa vida de hoje
Onde cada um tem pensado, somente em si
E esquecido do seu próximo.

Jesus tu que presidiste a formação
Deste mundo terrestre,
E aos filhos deste
Teu próprio coração,
Vem neste momento
De grande tribulação
Trazer consolação
Para nossos sofrimentos.

Jesus,que o teu Amor e Sabedoria
Habite nosso coração,
E que possamos propagar
E também exemplificar,
Teu grande ensinamento
Do Amor e do Perdão.

Amém!!!

(autor desconhecido)

O silêncio da alma

Esperança depois da tragédia - Génesis 14-15

       No fundo do vale do Jordão reuniram-se quatro reis. Queriam discutir planos de batalha. Existiam cinco cidades ricas que esperavam saquear. A ganância tornava-os destemidos.
       Não muito longe, os reis das cinco cidades encontraram-se também para traçar os seus próprios planos. Como iriam defender-se? Reuniram os seus exércitos e marcharam para a guerra.
       No dia da batalha, os exércitos alinharam-se um contra o outro. A luta foi feroz, mas foram os invasores que conquistaram vantagem. Os cinco reis tentaram fugir, mas haviam enormes poços de alcatrão naquela região e os reis de Sodoma e Gomorra pereceram no pântano.
       Os reis vitoriosos viram a sua oportunidade. Caíram sobre Sodoma e Gomorra, matando e pilhando à medida que avançavam. Lot foi capturado durante a batalha em Sodoma e foram-lhe roubados todos os seus pertences.
       Um homem que escapara do caos veio dar a notícia a Abraão: “O vosso sobrinho foi gravemente ofendido! Foi roubado e feito prisioneiro! Certamente ireis em seu auxílio!”
       Rapidamente, Abraão reuniu os seus próprios homens para lutar. Eles atacaram o inimigo de noite e derrotaram-no de forma retumbante.
       Os reis vieram para celebrar a vitória de Abraão: “Salvastes-nos! Recuperaste toda a riqueza que havíamos perdido” – gritaram eles. Riram, beberam e divertiram-se.
Porém, Abraão não se sentia eufórico com a vitória. A desilusão obscurecia a sua vida. “Continuo sem ter um filho” – suspirou.
       Então, ouviu o murmúrio da voz de Deus: “Vem cá fora. Olha para as estrelas no céu e tenta contá-las. A tua família irá crescer e crescer até existirem mais pessoas do que estrelas”.
       Abraão confiou em Deus e, por este facto, Deus aceitou-o.

Querido Deus,
ajudai-me a aprender a confiar em Vós

Mónica Aleixo, in Boletim Voz Jovem, Outubro 2010.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A morada no céu

Um homem muito rico morreu e foi recebido no céu.

O anjo guardião levou-o por várias alamedas e foi
mostrando-lhe as casas e moradias.
Passaram por uma linda casa com belos jardins.
O homem perguntou: 'Quem mora aí?'
O anjo respondeu:
'É o Raimundo, aquele seu motorista que morreu
no ano passado.'
O homem ficou pensando:
Puxa! O Raimundo tem uma casa dessas!
Aqui deve ser muito bom!

Logo a seguir surgiu outra casa ainda mais bonita.
'E aqui, quem mora?' - perguntou o homem.
O anjo respondeu: 'Aqui é a casa da Rosalina,
aquela que foi sua cozinheira.'
O homem ficou imaginando que, tendo seus empregados
magníficas residências, sua morada deveria ser no
mínimo um palácio.
Estava ansioso por vê-la.
Nisso o anjo parou diante de um barraco construído
com tábuas e disse:
'Esta é a sua casa!'
O homem ficou indignado. 'Como é possivel!
Vocês sabem construir coisa muito melhor.'
'Sabemos - respondeu o anjo
- mas nós construímos apenas a casa.
O material são vocês mesmos que selecionam
e nos enviam lá de baixo.
Você só enviou isso!'

(autor desconhecido)

Súplica a S. José

"Senhor, se queres,tens poder para curar-me" (Mc 1,40)

Uma tríplice confissão:
- Se queres... A confissão da soberana vontade de Deus! É Ele que tudo faz e sua Vontade é sempre uma vontade amorosa. Confesso Sua vontade que me conduz em todos os momentos da vida. Confesso que Ele tem um plano perfeito de vida para mim ao qual sou chamado a me abrir. Confesso Sua eleição, feita quando ainda estava no ventre de minha mãe e que gratuitamente fui adotado como filho, em Cristo Jesus, pelo Batismo. Submeto minha vontade a esta Vontade soberana. Quero para minha vida tão somente o que Deus quer, pois o que Deus quer é o melhor para mim!

- Tens poder... A confissão de que todo Poder pertence e vem de Deus! É Ele que está no comando e tem todo controle. Ele tem o mundo em suas mãos e todo o universo por Ele foi criado e por Ele é sustentado. É Ele quem acalma o mar, cura o enfermo, vence a morte e o inferno. Seu nome é sobre todo o nome e ao seu nome todo joelho se dobrará no céu, na terra e nos infernos. Ele tem poder para serenar meu coração, perdoar meus pecados, colocar-me de pé e conduzir-me pelas sendas da existência até à casa que Ele mesmo preparou para mim na eternidade.

- Para curar-me... A confissão da situação em que me encontro! O coração e toda a vida exposta a Ele! Transparente! Sem defesas e, principalmente, sem máscaras. Com minhas qualidades e meus defeitos, minhas luzes e minhas sombras. Sei que Ele conhece tudo o que está em mim, mas é necessário que eu me exponha. E, assim, posso e devo dizer: Se queres, tens poder para libertar-me, para abrir-me esta porta, para mudar esta situação, para levantar-me do chão... É assim que quero me colocar diante do Senhor: como aquele leproso que só tinha a Ele como esperança. – Senhor, Tu és minha esperança e minha vida.

Pe. Sérgio Luiz e Silva

Antes dos rótulos, os rostos humanos...

"Não há Judeu nem Grego, escravo nem livre,
não há homem nem mulher,
pois todos vós sois um só em Cristo" (Gal 3, 28)
       Em vez de rotular prontamente e de acentuar diferenças: macho ou fêmea, daqui ou dali, branco ou preto, doutor ou iletrado, heterossexual ou gay, rico ou pobre... É fundamental olhar para os rostos, para as vidas, as gentes e dizer: humano como eu; pessoa, com um coração que, como o meu, bate e sente, questiona e ri, chora por vezes.

       Também chora durante a noite, tem anseios,
       Também se equivoca e acerta (não ao mesmo tempo).
       Também, à sua maneira, revela Deus, nosso pai.
       Também tem sede, de sentido, de um absoluto que abraça, de amor e palavra.
        Por isso, antes de rotular alguém, descalça-te diante do outro, não seja, o terreno que pisas, sagrado.

HOMEM
Sou homem, nasci,
tenho pele e esperança.
Exijo, portanto,
que me deixem usá-las.
Não sou deus: sou homem
(o mesmo será dizer uma alga)
Exijo calor nas minhas raízes,
almoço nas minhas entranhas.
Não peço eternidades
cheias de estrelas brancas.
Peço ternura, ceia,
silêncio, pão e casa...
Sou homem, digo,
animal com palavras.
E exijo, portanto,
que me deixem usá-las.
Jorge Debravo, in Antena Misionera, a partir de Cristo Jovem.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Submissão em Cristo Jesus: a caridade

       Filhos, obedecei aos vossos pais, no Senhor, como é justo: «Honra pai e mãe» é o primeiro mandamento acompanhado de uma promessa: «para que sejas feliz e tenhas vida longa sobre a terra». Pais, não exaspereis os vossos filhos, mas educai-os com a disciplina e os conselhos inspirados pelo Senhor. Servos, obedecei aos vossos senhores terrenos, como a Cristo, com temor e respeito e na simplicidade de coração; não com a submissão aparente de quem pretende agradar aos homens, mas como servos de Cristo, que com toda a alma fazem a vontade de Deus. Servi de bom grado, como se servísseis ao Senhor e não a homens, pois sabeis que cada um receberá do Senhor a recompensa do bem que tiver praticado, quer seja escravo ou homem livre. E vós, senhores, tratai os vossos servos do mesmo modo; evitai as ameaças, pois sabeis que tanto eles como vós tendes o mesmo Senhor, que está no Céu e não faz distinção de pessoas ( Ef 6, 1-9).
       A Epístola de São Paulo aos Efésios, em continuidade com o texto e a reflexão de ontem, fala-nos na submissão, entendida não tanto como acto de escravização, mas como consequência do amor a Jesus Cristo. Obviamente que o contexto desta epístola é bem diferente do tempo actual, em que havia a escravidão, reconhecida pela lei.
       O Apóstolo não é a favor da escravidão, aliás, ele pugna por que todos sejam livres em Jesus Cristo e se tratem como irmãos. Onde a realidade existe, Paulo insiste para que uns e outros, escravos e livres, pais e filhos, vivam em conformidade com o Evangelho, na caridade.
       A "submissão" no contexto da Epístola, é o de dar a vida por amor, como Cristo deu pela Igreja, pela humanidade.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Uma lição de vida

Um homem juntou-se uma vez a Jesus, dizendo-lhe:

“Quero ir contigo e ser teu companheiro.”
Puseram-se a caminho e chegaram à margem de um rio, onde se sentaram a comer. Levavam com eles três pães. Comeram dois e o terceiro sobrou.
Jesus levantou-se e foi ao rio dessedentar-se. Quando voltou, não encontrou o terceiro pão, pelo que perguntou ao homem:
“Quem tirou o pão?”
“Não sei” – respondeu o outro.
Jesus e o homem continuaram a caminhada e viram uma corça com dois veadinhos. Jesus chamou um deles, que foi ao seu encontro. Jesus matou-o, assou uma parte e comeu com o seu companheiro.
Depois disse ao veadinho:
“Levanta-te, com a permissão de Deus.”
O animal levantou-se e partiu.
Jesus voltou-se então para o companheiro:
“Pergunto-te, em nome d’Aquele que te mostrou este milagre: quem tirou o pão?”
“Não sei” – respondeu o homem.
Chegaram a um grande lago num vale. Jesus tomou o homem pela mão e caminharam sobre a água. Depois de terem atravessado, disse Jesus:
“Em nome d’Aquele que te mostrou este milagre, pergunto-te: quem tirou o pão?”
“Não sei” – respondeu o homem.
Chegaram depois a um deserto árido e sentaram-se no chão.
Jesus juntou um montinho de terra e areia e disse-lhe:
“Transforma-te em ouro, com a permissão de Deus.”
E assim aconteceu.
Jesus dividiu o ouro em três partes e disse:
“Um terço para mim, um terço para ti e um terço para quem tirou o pão!”
Disse o homem:
“Fui eu que tirei o pão!”
Disse Jesus:
“O ouro é todo teu.”
Jesus seguiu caminho e o outro ficou com o ouro.
Dois homens encontraram-no no deserto com o ouro e queriam roubá-lo e matá-lo.
Ele disse-lhes:
“Vamos dividi-lo entre os três e um de vós vai à cidade comprar comida.”
Um deles partiu, dizendo consigo mesmo:
“Por que hei-de dividir o ouro com estes dois? Vou antes envenenar a comida e ficar com o ouro para mim!”
E foi o que fez.
Entretanto, os que tinham ficado disseram um para o outro:
“Por que havemos de dar-lhe um terço do ouro? Em vez disso, vamos é matá-lo quando regressar e dividimos o ouro entre os dois.”
Quando o terceiro regressou, os outros mataram-no, comeram a comida e morreram.
O ouro ficou no deserto com os três homens mortos.
Jesus passou pelo local, encontrou-os naquele estado e disse aos discípulos:

“Assim é o mundo. Tende cuidado com ele.”»

Autor desconhecido

Sede submissos uns aos outros, em Cristo!

       Sede submissos uns aos outros no temor de Cristo. As mulheres submetam-se aos maridos como ao Senhor, porque o marido é a cabeça da mulher, como Cristo é a cabeça da Igreja, seu Corpo, do qual é o Salvador. Ora, como a Igreja se submete a Cristo, assim também as mulheres se devem submeter em tudo aos maridos. Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e Se entregou por ela. Ele quis santificá-la, purificando-a no baptismo da água pela palavra da vida, para a apresentar a Si mesmo como Igreja cheia de glória, sem mancha nem ruga, nem coisa alguma semelhante, mas santa e imaculada. Assim devem os maridos amar as suas mulheres, como os seus corpos. Quem ama a sua mulher ama-se a si mesmo. Ninguém, de facto, odiou jamais o seu corpo, antes o alimenta e lhe presta cuidados, como Cristo à Igreja; porque nós somos membros do seu Corpo. Por isso, o homem deixará pai e mãe, para se unir à sua mulher, e serão dois numa só carne. É grande este mistério, digo-o em relação a Cristo e à Igreja. Portanto, cada um de vós ame a sua mulher como a si mesmo e a mulher respeite o marido (Ef 5, 21-33).
       Este texto de São Paulo tem sido usado por feministas e por machistas, como se a Palavra de Deus pudesse ser arma de arremesso contra alguém.
       Em primeiro lugar, a Palavra de Deus é escrita em palavras humanas, levando a identidade do autor sagrado e o contexto em que foi escrita. Não se pode dissociar a palavra escrita do autor e do tempo histórico, cultural e social.
       Mas atendendo ao texto, ainda assim, não é possível dizer que São Paulo despreza as mulheres em "benefício" dos homens. A palavra "submissão", no ambiente da epístola tem uma significado que é visível com a leitura de todo o texto: a vivência da caridade em todos os aspectos e dimensões da vida. Escravo ou homem livre, mulher ou homem, judeu ou grego, mais velho ou mais novo, todos devem viver ao jeito de Jesus Cristo. Ele libertou-nos para vivermos como filhos de Deus, filhos da Luz, para vivermos no caminho do bem, na caridade.
       A força das palavras de Paulo em relação às mulheres está presente também nas palavras dirigidas aos maridos. Mulheres submetei-vos aos maridos, como a Igreja se submete a Cristo. Maridos, amai as vossas esposas como ao vosso próprio corpo, como Cristo amou a Igreja, dando a vida por ela.
       São palavras exigentes tanto para a mulher como para o marido, como para todos os cristãos, viver como quem se dispõe a dar a vida, como Jesus Cristo. Quem ama "submete-se", ou melhor, faz tudo o que está ao seu alcance para proporcionar bem-estar, comodidade e felicidade à pessoa amada. É este o desafio de São Paulo para os casais mas também para cada crente, amar como Jesus nos amou.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Amor e Amizade...

Santo Agostinho

Texto de reflexão - A folha amassada

Quando criança, por causa de meu caráter impulsivo,  tinha raiva à menor provocação.
Na maioria das vezes, depois de um desses incidentes
me sentia envergonhado e me esforçava por consolar a quem tinha magoado.
Um dia, meu professor me viu pedindo desculpas,
depois de uma explosão de raiva, e entregou-me uma folha de papel lisa e me disse:

A M A S S E - A!

Com medo , obedeci e fiz com ela uma bolinha.
- Agora, deixe-a como estava antes.
Voltou a dizer-me.
Óbvio que não pude deixá-la como antes.
Por mais que tentasse, o papel continuava cheio de pregas.

O professor me disse, então:
- O coração das pessoas é como esse papel.
A impressão que neles deixamos será tão difícil de apagar como esses amassados.
Assim, aprendi a ser mais compreensivo e mais paciente.
Quando sinto vontade de estourar, lembro daquele papel amassado.
A impressão que deixamos nas pessoas é impossível de apagar.
Quando magoamos alguém com nossas ações ou com nossas palavras, logo queremos consertar o erro, mas é tarde demais...
Alguém já disse, certa vez:
- Fale somente quando suas palavras possam ser tão suaves como o silêncio.
Mas não deixe de falar, por medo da reação do outro.
Acredite, principalmente em seus sentimentos!
'Seremos sempre responsáveis pelos nossos atos - nunca se esqueça'

(autor desconhecido)

Só um morto não pode mudar...

"Só não é possível mudar a história de quem está morto".

CERTIDÃO DE NASCIMENTO: nascida durante aborto por envenenamento salino...

       Gianna Jessen, com 7 meses e meio, ainda no ventre materno, e sua mãe, que tinha 17 anos, juntamente com o seu pai biológico, decidiram que ela seria abortada, na maior rede de clínicas de aborto.
       Foi injectada na mãe uma solução salina, que queima o bebé por dentro e por fora e em 24 horas seria expulsa para fora... Mas eis o milagre, o aborto está vivo... deveria estar cega, queimada, morta... e ao longo do tempo vai sendo rejeitada... mas sobreviveu... mas ouçamo-la de viva voz:
       Pode continuar a ver e a ouvir a segunda parte deste testemunho, igualmente empolgante, aqui, Sobrevivente de Aborto, Parte 2: Giana nunca vai ser nada... "Eu sou mais fraca que a maioria de vós, mas é isso o meu sermão... oferecer esperança... conheci a minha mãe biológica... perdoei a minha mãe biológica. Sou cristã. É uma mulher com o coração muito destroçado... foi um dia difícil... eu não lhe pertenço, pertenço a Jesus Cristo..."

Procedei como filhos da luz

       Sede bondosos e compassivos uns para com os outros e perdoai-vos mutuamente, como Deus também vos perdoou em Cristo. Sede imitadores de Deus, como filhos muito amados. Caminhai na caridade, a exemplo de Cristo, que nos amou e Se entregou por nós, oferecendo-Se como vítima agradável a Deus... Nada também de palavras indecentes, estultas ou maliciosas, que são coisas inconvenientes. Em vez disso, dai acções de graças... Outrora vós éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor. Procedei como filhos da luz (Ef 4, 32 - 5, 8).
       Em Cristo Jesus, pelo Baptismo, fomos salvos para Deus. A morte e ressurreição de Jesus, expressão plena do AMOR infinito que Deus nos dá, libertou-nos das trevas, do pecado, que carregávamos solidariamente até que Cristo nos assumiu para Deus, introduzindo-nos de novo no caminho da LUZ. Ele dá-nos a vida em abundância.
       O Apóstolo Paulo lembra-nos que agora somos de Cristo, somos luz do Senhor. Procuremos, então, caminhar na caridade, a exemplo de Cristo, procedendo como filhos da luz e não da treva, vivendo numa dinâmica de bem, imitando a Jesus Cristo.

domingo, 24 de outubro de 2010

Jesus tinha tudo para ser uma pessoa infeliz

       Cristo teve um nascimento indigno e uma história de turbulências e aflições. Nasceu entre os animais. Num estábulo, Ele derramou as suas primeiras lágrimas...
       Tinha, portanto, todos os motivos para ser uma pessoa tensa, ansiosa, irritada e infeliz, mas, para nosso espanto, era uma pessoa alegre e tranquila. Apresentou-se como uma fonte de prazer, uma fonte de água viva que matava a sede da alma humana. Quem, no deserto mais escaldante, conseguiu, como Ele, fazer da sua vida um oásis inesgotável que saciava a sede dos sedentos?
       Por incrível que pareça, Ele fazia poesia até mesmo da Sua miséria. Muitos têm bons motivos para ser alegres, mas estão sempre insatisfeitos. São incapazes de valorizar o que têm, valorizam apenas o que não têm. Tornam-se especialistas em acusar os outros pelos seus conflitos e detestam a vida que possuem.
       Jesus, pelo contrário, tinha muito pouco exteriormente, mas fazia pouco caso do que tinha. N'Ele não havia sombra de insatisfação. Queixar-se não fazia parte do dicionário da Sua vida. Nunca acusava ninguém pelas suas misérias. Era forte para enfrentar os Seus desafios sem precisar de ferir nem agredir ninguém.
       Os homens podiam desistir d'Ele, mas Ele nunca desistia de ninguém. Tinha consciência de que O feririam sem piedade, mas Ele não Se suicidaria. Havia predito que O humilhariam, que Lhe cuspiriam no rosto e que O tornariam num espectáculo público de vergonha e de dor, mas Ele permaneceria de pé, firme, a fitar os olhos dos seus acusadores e a suportar com dignidade a sua dor.

sábado, 23 de outubro de 2010

XXX Domingo Tempo Comum - 24/Outubro

       1 – "O Senhor é um juiz que não faz acepção de pessoas. Não favorece ninguém em prejuízo do pobre e atende a prece do oprimido. Não despreza a súplica do órfão nem os gemidos da viúva. Quem adora a Deus será bem acolhido e a sua prece sobe até às nuvens. A oração do humilde atravessa as nuvens e não descansa enquanto não chega ao seu destino. Não desiste, até que o Altíssimo o atenda, para estabelecer o direito dos justos e fazer justiça" (Primeira Leitura).
       Deus, oração e humildade. A oração feita em humildade leva-nos ao coração de Deus. Ele não deixa de atender a todo aquele que se Lhe dirige com sinceridade. E atende sobretudo o pobre, não para discriminar, mas para a todos incluir.
       Deus olha ao coração e não às aparências. Não faz acepção de pessoas. Não atende o que é mais rico ou mais poderoso. Escuta todos, sobretudo o que tem o coração disponível para rezar, para acolher, para agradecer, para se transformar, para se converter.

       2 – Só a humildade nos liga aos outros e a Deus. A arrogância e a prepotência afastam-nos do diálogo, da entreajuda, do convívio, da comunhão, da caridade, da partilha solidária. Se eu não preciso de ninguém e também não preciso de nada, também perco a vontade de me envolver em projectos de caridade, de vivência em grupo. Se cheguei aqui, que os outros façam por isso que também hão-de chegar. Eu sou bom, sou melhor que todos, estou acima de todos, só o que eu faço é que conta.
       Jesus conta uma parábola "para alguns que se consideravam justos e desprezavam os outros". Dois homens que sobem ao templo para rezar, um publicano e um fariseu. Este, na sua oração, coloca-se acima do outro, é melhor, tem tudo o que é preciso aos olhos de Deus e dos homens. O outro é um pecador e a sua oração é de conversão, não se atrevendo a levantar os olhos, reconhecendo a sua pequenez diante de Deus. Este, porém, diz-nos Jesus, é o que sai justificado diante de Deus, "porque todo aquele que se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado" (Evangelho).

       3 – A psicologia mostra-nos que na realidade todos precisamos de reconhecimento e da aprovação dos outros. Jesus sabe isso muito bem! Quando nos ignoram, reagimos. Uns pela maledicência, procurando destruir aqueles que eventualmente têm uma aceitação maior. Outros, caem na depressão, ou num humor doentio, cruzam os braços, deixam-se dominar pelo pessimismo. Outros, vão à luta, pela positiva ou pela negativa. Estes, criam situações em que apostam tudo na imagem, mesmo que não haja verdade, conteúdo, mesmo que aquilo que façam só lhes sirva a eles pessoalmente. Aqueles, procurando com perseverança fazer o bem, praticar a justiça, viver em atitude de caridade, sabendo que o próprio facto de estarem a agir correctamente já é compensação.
       Na escola ou numa turma, há alunos que chamam à atenção pela sua inteligência, pela sua criatividade, pela grande humanidade na relação com os outros. Há alunos que são reconhecidos pelo seu trabalho, pela humildade, pela dedicação em tudo o que fazem, pela disponibilidade em aprender e em serem ajudados. E há alunos que seguem o caminho mais fácil. Têm talentos que poderiam ser uma oportunidade de crescerem, de ajudarem os outros e de se evidenciarem, exigiria, porém, um pouco mais de trabalho, de dedicação e de esforço. Vêm os comportamentos e atitudes de conflitualidade, de agressão, de provocação, procurando estar no centro de todas as atenções. É assim também em outros palcos da existência humana.
       Com efeito, há sempre escolhas e caminhos que nos levam aos outros e nos abrem o coração para Deus.

       4 – Diante dos outros até podemos fabricar uma imagem, mas não diante de Deus – Ele tudo vê, perscruta a nossa alma, o nosso íntimo. Sabendo que Ele nos ama infinitamente como somos, e não como poderemos aparentar, procuremos viver na verdade, colocando-nos inteiramente disponíveis para O acolher, para O escutar, para deixar que Ele nos transforme interiormente. Que a nossa oração seja a do pecador, cuja alma é enorme para se abrir ao Outro, para se abrir ao semelhante.
       É nesta humildade orante que somos enviados a testemunhar ao mundo o AMOR que Ele nos dá. A pregação do Evangelho nasce da conversão, da atitude orante, deixando que seja Deus a guiar-nos para o bem e para a verdade. Diz-nos São Paulo, na segunda leitura, "o Senhor esteve a meu lado e deu-me força, para que, por meu intermédio, a mensagem do Evangelho fosse plenamente proclamada e todas as nações a ouvissem".
        Não precisamos de dizer muitas coisas a Deus, precisamos que seja o nosso coração a falar-Lhe. Não precisamos de dizer muitas palavras para falar de Deus, precisamos de viver ao jeito de Jesus Cristo, fazendo que os nossos gestos e atitudes sejam expressão do Deus que nos habita.
____________________________
Textos para a Eucaristia (ano C):
Sir 35, 15b-17.20-22a; 2 Tim 4, 6-8.16-18; Lc18, 9-14

Ricos que são pobres...

... há ricos que moram em bairros de lata e miseráveis que moram em palácios...

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Orientar os desejos para Deus

       Mais uma pregação do Pe. Léo, que a Canção Nova na Web coloca à nossa disposição e postado a partir do Blogue da Congregação Mariana de Nossa Senhora da Glória:

Suportai-vos uns aos outros na caridade

       Eu, prisioneiro pela causa do Senhor, recomendo-vos que vos comporteis segundo a maneira de viver a que fostes chamados: procedei com toda a humildade, mansidão e paciência; suportai-vos uns aos outros com caridade; empenhai-vos em manter a unidade de espírito pelo vínculo da paz. Há um só Corpo e um só Espírito, como existe uma só esperança na vida a que fostes chamados. Há um só Senhor, uma só fé, um só Baptismo. Há um só Deus e Pai de todos, que está acima de todos, actua em todos e em todos Se encontra ( Ef 4, 1-6).
       Disse-lhes Jesus: "Quando fores com o teu adversário ao magistrado, esforça-te por te entenderes com ele no caminho, para que ele não te arraste ao juiz e o juiz te entregue ao oficial de justiça e o oficial de justiça te meta na prisão" ( Lc 12, 54-59).

       A caridade - amor oblativo, gratuito, serviço, sem limites, compromisso com o outro e com a transformação do mundo - é a chave para vivermos melhor, para nos sentirmos mais próximos, para ultrapassarmos as diferenças que possam existir entre nós, as nossas limitações e imperfeições. Completamo-nos nos outros, enriquecemo-nos mutuamente.
       Na mesma linha Jesus Cristo e São Paulo. Jesus convida os ouvintes ao diálogo, ao entendimento, à conciliação. São Paulo, da mesma forma, diz-nos que temos as ferramentas para ultrapassar as dificuldades que poderiam afastar-nos, suportando-nos uns aos outros na caridade, com humildade, mansidão e paciência.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Reflexão a partir de uma história verídica

“Foi em 1926, na cidade Santuário de Lourdes, na França. É a hora da bênção dos doentes. Na esplanada estão centenas de doentes, deitados em padiolas ou reclinados em cadeiras de rodas, sob a assistência vigilante dos enfermeiros.
Entre eles está um moço, passando muito mal. Seu desenlace é esperado a qualquer momento. Momentos antes havia recebido a Unção dos Enfermos. O celebrante começou a percorrer as fileiras de doentes. Segurando nas mãos o ostensório com a Hóstia Consagrada, ele passa de um em um, traçando sobre eles uma grande cruz.

Chegou a vez daquele rapaz. Recebe a bênção com uma grande esperança. Mas parece que sua esperança foi frustrada. Não sentiu melhora nenhuma. Reunindo todas as suas forças, disse num tom de sentida queixa: “JESUS, TU NÃO ME CURASTE. VOU CONTAR PARA TUA MÃE”.

Comovido com esta prece, o celebrante se volta para o enfermo e, pela 2ª vez abençoa-o com o Santíssimo Sacramento. Eis que uma virtude sai do Filho de Deus. Aconteceu o milagre. O moço, sentindo-se curado, saiu do leito gritando jubiloso: “JESUS, FILHO DE MARIA, TU ME CURASTE. VOU CONTAR À TUA MÃE PARA QUE ME AJUDE A AGRADECER-TE”.

Pode um filho negar um pedido de uma mãe tão bondosa e amorosa?

(Fonte: Livro “Histórias para Meditar”, Prof. Felipe Aquino, Ed. Cléofas, pág. 110.)

São Leão Magno

Permaneceu célebre um episódio da vida de São Leão Magno. Ele remonta a 452, quando o Papa em Mântua, juntamente com uma delegação romana, encontrou Átila, chefe dos Hunos, e o dissuadiu de prosseguir a guerra de invasão com a qual já tinha devastado as regiões nor-orientais da Itália. E assim salvou o resto da Península. Este importante acontecimento tornou-se depressa memorável, e permanece como um sinal emblemático da acção de paz desempenhada pelo Pontífice.

Dizeres muito apropriados de São Leão Magno para nossos dias;

Não desista nunca,

Nem quando o cansaço se fizer sentir,
Nem quando os teus pés tropeçarem,
Nem quando os teus olhos arderem,
Nem quando os teus esforços forem ignorados,
Nem quando a desilusão te abater,
Nem quando o erro te desencorajar,
Nem quando a traição te ferir,
Nem quando o sucesso te abandonar,
Nem quando a ingratidão te desconsertar,
Nem quando a incompreensão te rodear,
Nem quando a fadiga te prostrar,
Nem quando tudo tenha o aspecto do nada,
Nem quando o peso do pecado te esmagar…

Invoque Deus, cerre os punhos, sorria… E recomece

Fé, Esperança e Caridade

SALMO 54

A caridade dá os pés à esperança para caminhar até à meta da fé
Creio em ti como rei,
espero em ti como pastor,
amo-te como pai.

Creio em ti como fonte,
espero em ti como rio,
amo-te como água viva.

Creio em ti como Senhor,
espero em ti como Mestre,
amo-te como amigo.

Creio em ti como sol,
espero em ti como chuva,
amo-te como pão.

Creio em ti como Deus,
espero em ti como Salvador,
amor-te como irmão.

Creio em ti neste silêncio,
espero em ti nesta cruz,
amo-te nesta Igreja.

Creio em ti porque és,
espero em ti porque vens,
amo-te porque estás.
Frei Manuel Rito Dias, in Revista Bíblica, Nov-Dez 2010, n.º 331.

Quase que vendi Deus

       Alguns anos atrás, um sacerdote mudou-se para Houston, Texas, nos Estados Unidos. Poucos dias depois ele subiu num ônibus para ir até o centro da cidade. Quando sentou, contou o troco e verificou que o cobrador tinha dado a ele uma moeda de 25 centavos a mais. Enquanto viajava, ia reflectindo sobre o que deveria fazer, e chegou a conclusão.
       - Esquece o assunto: afinal são apenas 25 centavos. Quem vai se preocupar com tão pouca quantidade de dinheiro? Fica com a moeda e aceita-a como uma dádiva de Deus.
       Porém, quando chegou ao deu destino e se apressava para saltar do autocarro, pensou novamente, parou e se voltou para o cobrador: 
       - Tome, o senhor me deu uma moeda de 25 a mais.
       O cobrador, com um sorriso respondeu.
      - Sei que o senhor é o novo padre da paróquia. Eu estava pensando em voltar para a Igreja e quis fazer um teste: O que o novo padre fará se eu der o troco errado.
       O sacerdote desceu do autocarro e pensou:
      - Oh meu Deus, por muito pouco te vendo por 25 centavos!

“Histórias que Evangelizam” – Gilberto Gomes Barbosa – Obra de Maria, in Almas Castelos.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Remorso e arrependimento

Procuremos sempre usar da paciência e da tolerância,
em toda e qualquer situação com a qual nos defrontamos.
Se alguém nos ofende, fere ou agride, procuremos agir com calma,
não nos permitindo envolvermo-nos em sentimentos de vingança,
cólera e raiva.
Pensemos antes, que alguém que esteja nestas condições,
é um doente da alma, necessitando de tratamento e piedade.
Sempre que nos deixarmos levar pelo orgulho ferido,
fatalmente acabaremos agindo de forma igual,
ou pior que a do nosso agressor, pois a vingança,
e o revide são executados em maior proporção,
e os maiores prejudicados seremos sempre nós mesmos.
Mais tarde é certo que seremos visitados pelo remorso,
e em seguida pelo arrependimento,
sentimento esse que corrói a alma de quem o sente.
Lembremo-nos de que aquele que tem maior conhecimento,
e entendimento deve dar o primeiro passo,
a caminho da paz e da harmonia.
Confiemos em Deus nosso Pai, na sua providência e na sua Justiça.
Deixemos que o tempo esclareça os irmãos mais difíceis da jornada.
Não há nada melhor do que termos a nossa consciência tranqüila,
pelo dever cumprido e o bem proceder,
sem motivos para sentirmos remorso!

in Gotas de Paz

As duas rãs...

       Várias rãs decidiram ir passear. Andaram num bosque. A um certo momento, ouviu-se um grito: duas delas tinham caído num poço com água.
       As companheiras, ao olharem para dentro do poço, viram que era muito fundo. As duas rãs, lá dentro, lutavam com todas as forças para sair.
       As companheiras, à beira do poço, começaram a gritar-lhes:
       - Não vale a pena lutar! Aceitem morrer!
       Um delas ainda fez algumas tentativas, mas em pouco tempo morreu afogada.
       A outra, enquanto as de fora insistiam em dar conselhos, foi lutanto, lutando, até que, com um salto inesperado de atleta, conseguiu sair do poço.
       As companheiras, admiradas com tanta coragem, perguntaram-lhe:
       - Não ouvistes os nossos conselhos para desistires?!
       - Como sou um pouco surda, julguei que me estavam a animar!

in Revista Juvenil, Outubro 2010, n.º 539

Estai vós também preparados...

       Disse Jesus aos seus discípulos: «Compreendei isto: se o dono da casa soubesse a que hora viria o ladrão, não o deixaria arrombar a sua casa. Estai vós também preparados, porque na hora em que não pensais virá o Filho do homem» (Lc 12, 39-48).
       Na continuação do Evangelho de ontem, hoje Jesus conta a parábola do administrador fiel e prudente, para dizer aos seus discípulos que o aviso/alerta também é para eles. Também eles devem estar vigilantes, preparados para quando o Senhor vier.
       O cristão, como referimos antes, não espera para amanhã para ser feliz nem para se comprometer com os outros. O cristão deve ser santo hoje, deve praticar a caridade, o bem, agora, com pessoas concretas...

terça-feira, 19 de outubro de 2010

SENHOR, LIVRA-ME DE MIM

Senhor, que és o céu e a terra, que és a vida e a morte!

O sol és tu e a lua és tu e o vento és tu!
Tu és o nosso corpo e a nossa alma e o nosso amor és tu também.
Onde nada está tu habitas e onde tudo está eis o teu corpo.
Dá-me alma para te servir e alma para te amar.
Dá-me vista para te ver sempre no céu e na terra, ouvidos para te ouvir no vento e no mar, e mãos para trabalhar em teu nome.
Torna-me puro como a água e alto como o céu.
Que não haja lama nas estradas dos meus pensamentos nem folhas mortas nas lagoas dos meus propósitos.
Faze com que eu saiba amar os outros como irmãos e servir-te como a um pai.
Minha vida seja digna da tua presença.
Meu corpo seja digno da terra, tua cama.
Minha alma possa aparecer diante de ti como um filho que volta ao lar.
Torna-me grande como o Sol, para que eu te possa adorar em mim; e torna-me puro como a lua, para que eu te possa rezar em mim; e torna-me claro como o dia para que eu te possa ver sempre em mim e rezar-te e adorar-te.
Senhor protege-me e ampara-me.
Dá-me que eu me sinta teu.
Senhor livra-me de mim.

Fernando Pessoa

...SEMPRE...


Ele está sempre connosco!

Jesus não só acompanha, mas permanece!

Permanece nos bons e maus momentos,

nas alegrias e nas tristezas,

na saúde a na doença,

em todos os momentos da nossa vida.

Por isso nunca é demais relembrar que:

Ele está sempre connosco!

No nosso crescimento de fé

devemos fazer uma reflexão muito simples:

o que faço estou a fazer porque Deus assim quer

ou porque eu quero?

O nosso dia-a-dia enquanto Povo de Deus

deve ser um discernimento constante das nossas acções.

O que sabe escutar a Palavra de Deus

e a sabe pôr em prática

edifica o seu ser sobre rocha firme.

Tudo pode vir contra nós, mas se estamos firmes

nada nos derruba!

Isto só é possível se optamos por ter Jesus sempre connosco!

Escutemos,

contemplemos e

amemos Jesus na Sua presença no meio de nós.

Descansemos n’Ele

Para n’Ele também encontrarmos o Guia que nos conduz

a Luz que nos ilumina,

o conforto da nossa alma

e a casa do nosso refúgio.

ORAÇÃO PELAS MISSÕES

Ó Deus, Pai bondoso, que quereis a salvação e a união de todas as pessoas junto de vós, olhai por todas as famílias e por todos que se prepara para receber a graça das Missões.

Jesus, fortalecei nossa vontade de continuar sempre nossas reuniões, reflectindo, rezando e ajudando uns aos outros, como faziam os primeiros cristãos.

Espírito Santo santificador, iluminai aqueles que estão sem fé, afastados e separados de vossa Igreja pelo pecado e pelo esquecimento. Reuni-nos todos numa família para que nos amemos como irmãos.

Maria, Mãe da Igreja, alcançai-nos a graça da perseverança nesta vida de comunhão com Deus e com os irmãos! Amém!

Tic-tac, sem fim à vista

       Era uma vez um relógio que precisava de conserto. Veio o relojoeiro.
       O relógio disse-lhe:
       - Por favor, senhor relojoeiro, não me conserte. Estou cansado de uma vida tão monótona. Imagine que tenho de estar dia e noite a repetir o mesmo movimento e a mesma música: tic-tac, tic-tac... Se me conserta, imagine os milhões de "tic-tac" que tenho de fazer. Uma monotonia insuportável!
       O relojoeiro disse-lhe:
       - Amigo relógio, é esse "tic-tac" que te mantém em vida e te faz útil aos outros, dando-lhes as horas, os minutos e os segundos. É como o bater do coração das pessoas! Por isso, aceita essa monotonia como fazendo parte do teu viver. Não queres viver?!
       Respondeu o relógio:
       - Sim, quero!
       O relojoeiro, como bom amigo, aconselhou-o:
       - Então faz do teu "tic-tac" uma bela música a alegrar os teus dias e a alegrar o mundo.

O nosso quotidiano, por vezes tão monótono, pode ser colorido com a música do amor.

in Revista Juvenil, Outurbo 2010, n.º 539.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Um sorriso...

Uma carta para o meu catequista

“Eu tenho 12 anos, mas já sou capaz de pensar e exprimir. O recado que eu deixo, aqui, é directo para ti, meu catequista. Não te conheço bem, mas sinto, pelo teu jeito, que posso confiar em ti. Por isso o meu recado está recheado de boas intenções, mas, como é próprio de qualquer jovem adolescente da minha idade, também tem um pouco de ameaça.

Sou um adolescente imprevisível. Alguns chamam-me até de “aborrescente”. Sei que vais entender, lê com atenção este meu pedido. Não estou bem, ando meio confuso. Dizem que é normal acontecer isto na minha idade. Todos parecem saber tudo o que acontece na cabeça de alguém que tem 11, 12, 13 anos. Mas, ao mesmo tempo em que dão palpites e conselhos, também parecem não saber quase nada. Ninguém me ajuda e poucos me apoiam. Por isso, sei que posso confiar em ti, meu catequista. Este recado que te deixo pode servir para muitos outros jovens da minha idade e para muitos catequistas da tua idade. É um alerta que eu faço. Embora eu tenha pouca idade, leio bastante, domino a Internet e quando quero, escrevo bastante.Será que me podes ajudar?

Talvez não acredites muito em mim por causa do que falam a respeito dos que têm a minha idade. Mas quero ser directo, sem rodeios, para início de conversa. Pesquisando num site sobre a juventude de hoje, encontrei esta frase de São João Calábria que me serviu de inspiração para te enviar esta carta: “eu sou de quem me conquistar”. A frase é forte, não é? Então, continua a ler o que escrevo abaixo.

Se não me deres atenção, um pouco de carinho ou até mesmo um sorriso quando eu chego, posso ser conquistado pela desobediência e de não gostar de ti.

Eu sou de quem me conquistar.

Se não me ensinas a importância da oração e não rezas comigo, como saberei rezar? Se me dizes que Deus é vingativo, assustador e perverso, como poderei gostar dele?

Eu sou de quem me conquistar.

Se não me ensinas o respeito, se não me dá atenção e não dialogas comigo, se não te interessas pela minha vida, posso ser conquistado a qualquer momento pelo desamor, pela inconstância e pelo mundo. É desses sentimentos que me vou aproximar.

Eu sou de quem me conquistar.

Se não tiveres paciência com a minha inconstância, não andarei pelo caminho que tu me queres indicar. Teimosamente, seguirei um caminho oposto, pois é da minha índole ser assim. Sou jovem, muito jovem, adoro contrariar.

Eu sou de quem me conquistar.

Se te apresentas como meu catequista e não colocas em teus actos a alegria e se não sinto em ti vontade, ânimo e crença naquilo que fazes, não direi sim ao teu convite e como poderei, em ti confiar?

Eu sou de quem me conquistar.

Se te negas a apresentar-me um Deus atraente, alegre, justo, ético, continuarei tentado a aceitar outros convites. Se não insistes comigo, as drogas, as bebidas, o cigarro, a violência, o sexo fácil, a indiferença e o consumismo irão insistir. Se não me conquistas, serei, por certo, mais um a aumentar as estatísticas dos que se dizem “sem religião” .

Se reclamas de mim e te recusas a enfrentar os desafios que se apresentam para esta conquista, agirei de forma a te afrontar. E se não fores forte, resistente e confiante na tua missão, também tu desanimarás.

E sou de quem me conquistar.

Conquista-me. Para de reclamar. Aprofunda os teus conhecimentos, procura ajuda ao ajoelhar.

Eu rezo pouco, mas ouço de muitos adultos, assim como de ti, meu catequista, o quanto é importante rezar. Mas pelo menos tenta, aceita conquistar-me. Tu lidas com pessoas, não tens como fugir disso.

Por isso, tenta, insiste, prossigue nos teus desejos de conquista. Cause em mim uma boa impressão e lembra-te: não te darei uma segunda oportunidade de me causar uma primeira boa impressão.

Empenha-te por mim, é o que eu peço.

Eu valho a pena, preciso do teu ardor e da tua coragem.

Não sou tão terrível assim. Quando eu estiver distraído, olha para mim com amor e não com raiva. Quando eu não quiser rezar na hora em que tu pedes, tem compaixão comigo e não me transformes num vilão.

Se eu não fiz o trabalho que me pediste, pede de novo, insiste. Se não te abracei, abraça-me . Se meus pais não te procuram para conversar, procura-os. Eu preciso muito de alguém que mostre interesse por mim. Fala de mim aos meus pais. Talvez assim, eles percebam que eu existo.

Eu sou de quem me conquistar.

Não desistas de mim. Eu quero tanto aprender um pouco mais daquilo que tu te propões a ensinar. Basta para isso, que realmente me queiras conquistar.”

Assinado:
Um jovem catequizando.

(em Pedra a Pedra se vai contruindo a Igreja)

Guias da Europa (Tabuaço) - Promessas

       As Guias da Europa fizeram as suas promessas no dia de ontem, 17 de Outubro. Participaram na Eucaristia, com outros escuteiros pertencentes aos Escuteiros e Guias da Europa, e no final as promessas, no adro da Igreja Paroquial.
       Algumas das imagens que documentam este momento importante para as Guias da Europa, em Tabuaço. A canção - Somos Um - que serve de música de fundo foi também cantada na Eucaristia pelo Grupo Coral.
       Veja as imagens e reflicta nas palavras da canção:

domingo, 17 de outubro de 2010

OUTONO


Folhas, muitas folhas secas pelos chão; ventos que levam tais folhas. Folhas avermelhadas, amareladas; tons cinzentos e folhas já secas, prontas a cair. Sinal de nova estação e preparação para um novo ciclo de vida que deve iniciar. Sem grandes lamentos ou despedidas, a vida vai seguindo seu ritmo, o destino traçado pelo criador. É tempo de morrer para renascer; tempo de prepararmo-nos para o inverno que vai chegar e, com a sua chegada, somos quase que obrigados a reabastecer as nossas reservas de energias positivas, pois o inverno pode ser rigoroso.

Os que sobreviverem ao inverno, receberão a coroa da justiça, " que o justo juiz" preparou para aqueles que no outono da vida souberam amá-LO. A opção será sempre sua: passar pela vida ou viver a vida. Há muitos que preferem passar; perdidos na imensidão de orgulho, do ódio, do medo, da raiva. Perdidos no ciclo vicioso do pecado nosso de cada dia; há os que prefiram passar; há os que, como você, que acaba de ler este meu texto, traz na alma o desejo de não passar, mas de fazer dessa sua estadia na terra, um tempo de plantio do amor, da sinceridade, da coragem, do orgulho de ser quem é. Se por um acaso, você pensou em abandonar seu barco, não gaste a sua energia com estes pensamentos; você precisará dela quando o inverno chegar...

Publicado por padredanyel

Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza


Em 1992, a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou o 17 de Outubro como o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza.
Em Portugal, existem ainda milhões de pessoas que sobrevivem numa situação de grande pobreza. As dificuldades económicas têm agravado, de uma forma quase descontrolada, este problema social junto das famílias portuguesas.
Ouvimos, todos os anos, aos vistosos discursos dos políticos, assiste-se a inúmeros gestos de solidariedade, pontuais e limitados no tempo, não obstante, os sucessivos governos de Portugal e do mundo ainda não foram capazes de combater de um modo corajoso e eficaz as causas produtoras e reprodutoras deste tipo de pobreza extrema e exclusão social.
A erradicação da pobreza acontecerá quando houver uma vontade séria por parte daqueles que decidem os destinos do mundo.
Alguns dirigentes mundiais são capazes de investir milhões de euros no desenvolvimento de armas cada vez mais sofisticadas, mortais e silenciosas, mas não têm a ousadia de distribuir um pouco da sua riqueza nem demonstram sentido humano suficiente para desviar essas verbas das políticas da guerra e aplicá-las em políticas que promovam a erradicação da pobreza.
Olhem com outro sentido de cooperação para as imensas organizações não governamentais (ONG) que têm empreendido um trabalho louvável nesta tarefa enorme de erradicar a pobreza do mundo.
Os diagnósticos estão redigidos, as teorias já estão formuladas. Todos conhecemos o fenómeno da pobreza. Muitos governantes já analisaram casos concretos desse drama, as verdadeiras causas dessa catástrofe humana são conhecidas, as limitações dessa gente tão pobre e com fome já estão mais do que inventariadas.
O problema persistente é que os discursos não têm passado dos púlpitos, o que falta é tão simples, o que tarda é a acção concreta, o que não existe é uma atitude activa de quem tem o poder para alterar esta triste realidade.
Há mais de 800 milhões de pessoas que passam fome no mundo. Em Portugal, segundo as estatísticas, existem cerca de 2 milhões de pobres.
Estes números vêm mostrar que a pobreza extrema não existe apenas em África e na Ásia, pois, mesmo junto de nós, há imensa gente que vai para a cama com fome.

Publicado por Rui Caetano em "Urbanidades da Madeira"

Nobel para Madre Teresa

Nobel para Madre Teresa
Em 17 de Outubro de 1979, Madre Teresa de Calcutá ganha o Prémio Nobel da Paz. Ao receber o prémio disse que sua obra é "uma gota de salvamento num mar de sofrimento". Sua mensagem é clara: "Juntos proclamamos com alegria a difusão da paz e percebemos que os pobres são nossos irmãos".

Ensinamentos de Madre Teresa

A vida é uma oportunidade, aproveite-a...
A vida é beleza, admire-a...
A vida é felicidade, deguste-a...
A vida é um sonho, torne-o realidade...
A vida é um desafio, enfrente-o...
A vida é um dever, cumpra-o...
A vida é um jogo, jogue-o...
A vida é preciosa, cuide dela...
A vida é uma riqueza, conserve-a...
A vida é amor, goze-o...
A vida é um mistério, descubra-o...
A vida é promessa, cumpra-a...
A vida é tristeza, supere-a...
A vida é um hino, cante-o...
A vida é uma luta, aceite-a...
A vida é aventura, arrisque-a...
A vida é alegria, mereça-a...
A vida é vida, defenda-a..."

O meu guardião não dorme - Claudine Pinheiro

       Baseado no Salmo (120) deste domingo - O nosso auxílio vem do Senhor , que fez o céu e a terra - Claudine Pinheiro, que actuou em Tabuaço, no dia 2 de Maio de 2009, apresenta esta música que ajuda a rezar, a reflectir e a elevar a alma.

sábado, 16 de outubro de 2010

XXIX Domingo Tempo Comum - 17/outubro

       1 – A oração é a expressão da nossa fé. É, para todo o homem crente, um espaço vital, de encontro consigo mesmo, ouvindo a voz da sua consciência, de diálogo com Deus, deixando que o Espírito Santo inspire os seus desejos e acções, de distanciamento em relação aos outros e ao mundo, para se converter num maior compromisso com a realidade circundante.
       Dito de outra forma, a oração coloca-nos antes de mais e sobretudo na intimidade com Deus, escutando a voz da nossa consciência, onde nos encontramos connosco e com a voz de Deus que fala em nós. Contudo, a oração não é estanque, como o não é a fé. Não é algo de abstracto ou desligado da vida. Mesmo que a oração exija distanciamento, recolhimento, silêncio, retiro em relação a pessoas e espaços, é sempre aberta e comprometida com o bem dos outros e com a transformação do mundo. Tal como a fé leva à caridade e nela se fortalece, assim também a oração nos leva a Deus, no-l’O traz ao nosso íntimo, e nos embrenha na acção, na prática do bem, da justiça, na vivência da caridade. Uma oração que não nos comprometesse com os outros e com o mundo, seria uma oração vazia. 
       Mesmo que seja súplica, ou agradecimento (sobretudo pessoal), a oração conduz-nos à comunidade, na partilha, no aprofundamento da fé, no testemunho de vida, na celebração. Quem se sente abençoado não deixará de extravasar para os outros a sua alegria. Quem sofre deverá assumir em humildade a comunhão de outros, sentindo-se mais fortalecido pela oração e pelos gestos de apoio de toda a comunidade. 

       2 – Somos convidados à oração por diversos motivos e por várias necessidades. E, do mesmo modo, poderemos ter posturas diferentes em relação aos frutos da oração, seja pessoal ou comunitária. A oração pode ser súplica, prece, agradecimento, promessa, partilha da fé. Pode enriquecer-nos interiormente, ser conversão, amadurecimento, compromisso com os outros. Mas sempre nos coloca na rota de Deus, a Quem nos dirigimos e a Quem acolhemos no nosso íntimo, a Quem agradecemos e/ou com Quem "discutimos". 
       Às vezes a oração dá-nos certezas, outras vezes provoca-nos inquietações. Mas que sempre nos conduza a sermos melhores, mais santos, mais felizes. 
       Na primeira leitura há uma ligação de causa e efeito, entre a oração e as suas consequências: "quando Moisés tinha as mãos levantadas, Israel ganhava vantagem; mas quando as deixava cair, tinha vantagem Amalec". 

       3 – Porém, nem sempre a oração nos traz conforto, ou respostas imediatas. Quantas vezes rezamos, voltamos a rezar e ficamos com a sensação que não somos ou não fomos ouvidos nas nossas súplicas?! Talvez até aconteça que quando tudo nos corre de feição tenhamos disponibilidade interior para rezar e agradecer, mas logo que alguma dificuldade nos bate à porta, logo duvidamos da oração, de Deus, da fé que professamos! 
       As leituras de hoje dizem-nos que podemos sempre confiar mesmo quando nos parece que Deus não nos escuta. No Salmo, o autor sagrado mostra-se convicto: "O Senhor te defende de todo o mal, o Senhor vela pela tua vida. Ele te protege quando vais e quando vens, agora e para sempre".
       No Evangelho, por sua vez, Jesus utiliza uma parábola sobre uma mulher pobre e um juiz iníquo que, sendo desonesto e egoísta, demora em responder aos apelos da pobre viúva, mas atende-a para que ela não o importune continuamente. E Jesus contrapõe: "E Deus não havia de fazer justiça aos seus eleitos, que por Ele clamam dia e noite, e iria fazê-los esperar muito tempo? Eu vos digo que lhes fará justiça bem depressa. Mas quando voltar o Filho do homem, encontrará fé sobre esta terra?" 
       Fica depois este questionamento de Jesus: Deus responderá e nós cultivaremos a fé no meio das dificuldades e das dúvidas?! 

       4 – A fé, como a oração, em Jesus Cristo, leva-nos ao seguimento. Seguir Jesus compromete-nos com a Sua palavra, com os seus ensinamentos. Acolhemo-l'O na nossa vida, para O anunciar ao mundo inteiro. A oração permite-nos viver na intimidade com Deus, em Jesus Cristo, no Espírito Santo. Mas é uma intimidade e um amor que necessita de ser anunciado, partilhado, testemunhado.
       Ouçamos as palavras de São Paulo a Timóteo e a cada um de nós, na segunda leitura, "Permanece firme no que aprendeste e aceitaste como certo, sabendo de quem o aprendeste. Desde a infância conheces as Sagradas Escrituras; elas podem dar-te a sabedoria que leva à salvação, pela fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura, inspirada por Deus, é útil para ensinar, persuadir, corrigir e formar segundo a justiça... Proclama a palavra, insiste a propósito e fora de propósito, argumenta, ameaça e exorta, com toda a paciência e doutrina".
       O compromisso em Cristo leva-nos à missão. Não recebemos a Palavra de Deus, a Sua graça e sabedoria, para a aprisionarmos, mas para a partilharmos e quanto mais a partilharmos melhor a acolheremos.
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Textos para a Eucaristia (ano C): Ex 17,8-13a; Salmo 120 (121); 2 Tim 3,14-4,2; Lc 18,1-8

Eleição de João Paulo II foi há 32 anos

No Dia Mundial da Alimentação...

       Propomos também esta outra notícia, que se segue: 20% da população mundial vive penosamente:
       Cerca de 1,2 mil milhões de pessoas (20% da população mundial), vive penosamente, muito abaixo do limiar mínimo da pobreza (com menos de um dólar por dia); 850 milhões de seres humanos sofrem de fome e 30 mil morrem de causas directamente relacionadas com a pobreza. Estes dados vêm referidos na Mensagem do Presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio da Fonseca, para o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza.
       Dia 17 de Outubro assinala-se o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza. A pobreza “é um flagelo que afecta uma parte significativa da população mundial” e muitos seres humanos continuam a viver e a morrer em condições degradantes” – escreve Eugénio da Fonseca.
       Apesar de a União Europeia ser considerada uma das regiões mais ricas do mundo, “17% da sua população não tem os meios necessários para satisfazer as suas necessidades mais básicas” – sublinha a mensagem.
       Viver na pobreza é sinónimo de ter “habitação precária ou não ter alojamento, ter saúde precária e não ter acesso ao sistema de saúde ou tê-lo de forma muito limitada, não ter acesso à educação, não ter acesso à formação profissional, não ter acesso a actividades de lazer, ser excluído financeiramente ou ser sobreendividado e ter acesso limitado às tecnologias modernas” – refere.
       Os desempregados, os idosos e reformados, as pessoas com baixo nível de educação, formação ou habilitações, os trabalhadores precários, os deficientes ou os doentes crónicos, os dependentes do álcool, drogas ou outras substâncias deste tipo, as famílias monoparentais, os jovens adultos, as crianças, os imigrantes, as pessoas com problemas de saúde mental, as mulheres e os ciganos são grupos sociais que correm mais riscos de serem pobres.
       O primeiro Objectivo de Desenvolvimento do Milénio (ODM) é erradicar a pobreza extrema e a fome, reduzindo-a para metade até 2015. “Alguns progressos têm sido verificados nesse domínio embora os resultados difiram muito de uns países para outros e até de umas regiões para outras dentro do mesmo país”. E adianta: “Há países, particularmente de África, cujos avanços na luta contra a pobreza ou não têm existido ou têm sido diminutos”.
       Como os pobres “não necessitam de governantes que instituam a cultura do dinheiro fácil e a corrupção”, Eugénio da Fonseca sublinha que é fundamental alterar a situação. E conclui: “precisamos de «governantes do milénio» para o desenvolvimento”.