sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Pai-nosso que estais na terra... para crentes e não crentes!

Pe. José Tolentino Mendonça, PAI-NOSSO que estais na terra. Pai-nosso aberto a crentes e a não crentes. Edições Paulinas, Prior Velho: 2011.
        Pai-nosso que estais na terra é mais um título e mais um livro do Pe. Tolentino Mendonça, o sacerdote poeta. Deus é Pai-nosso, diz claramente Jesus Cristo. Pai que nos acompanha na terra. Ainda continuamos a olhar para Deus como Juiz, poderoso e distante, alheio ao mundo e ao homem, como que sentado em Seu trono de onde comanda a vida do universo inteiro, mas alheio e despreocupado. A oração do Pai-nosso é um exemplo simples, envolvente, com que Jesus nos ensina a rezar, mas também a tratar Deus por Pai, pedindo-Lhe que atenda às nossas necessidades.
       O Pe. Tolentino Mendonça, para quem conhece, para quem o lê, habitou-nos a uma linguagem simples, envolvente. Também na reflexão que faz da ORAÇÃO que Jesus reza connosco. A prioridade é DEUS. Iniciamos a oração dirigindo-nos ao Pai, do Céu e da terra, que está em toda a parte. É Pai de todos. Em causa, nesta oração, está sobretudo Deus e a imagem que temos de Deus. Reconhecer Deus como Pai nosso, é reconhecer a Sua proximidade e a nossa pertença comum. Rezar o Pai-nosso, assumi-lo, implica-nos na prática do bem e da caridade, reconhecendo que somos irmãos. Não pedimos para Deus nos resolver os problemas, mas para que seja nosso alimento, dando-nos força e discernimento para vivermos no caminho do bem. Eis que venho, Senhor, para fazer a Vossa vontade. 
       É a oração e a opção de vida de Jesus. Ele vai à frente como Bom Pastor. Nós seguimos na Sua peugada. Quando nos faltam as palavras... Ele continua a escutar o nosso coração. Quando já nem no silêncio percebemos a Sua presença, Ele continua a visitar-nos. É o nosso alimento. A vida de Cristo é a plenitude da entrega, do amor de Deus por nós. Também ali, no alto da Cruz, com Jesus nos sentimos desamparados - porque Me abandonaste? Também nós temos vontade de dizer - se é possível afasta de mim este cálice! Mas também com Jesus aprendemos a colocar-nos nas mãos de um Pai que nos quer bem: faça-se a Tua vontade. Ele mesmo Se torna o nosso pão de cada dia.
       O PAI está no início da oração do Pai-nosso, o MAL está no fim.
       Quanto mais nos afastamos de Deus, do Pai, mais nos aproximamos do mal. Lembremo-nos da parábola do Filho pródigo. De repente, o apelo de um mundo longe do Pai,... até ao dia em que se apercebe que a distância faz perigar a sua vida. Afinal a felicidade estava mesmo ali, em casa, junto do Pai. Também a nossa vida está segura junto ao Pai, de todos nós. Ele que não fica no Céu distante, mas está em toda a terra que sustenta os nossos pés, o nosso andar. Deixemos que Ele seja verdadeiramente o nosso Pai. Vivamos nessa certeza. Alimentemo-nos desta pertença e quando nos faltarem as forças, quando não tivermos palavras, que o nosso coração possa ainda balbuciar: PAI, que estais na minha vida, vinde, socorrei-me e salvai-me, para que não me perca nas distâncias da vida que me dás e renovas constantemente a Tua vida em mim.

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