sexta-feira, 18 de maio de 2012

Mensagem de D. António para a Jornada da Juventude


PERMANECEI NO MEU AMOR

        1. Vale sempre a pena começar por receber, com particular atenção e carinho, o retrato da Igreja-mãe de Jerusalém, tal como nos chega pela paleta de tintas do Autor do Livro dos Atos dos Apóstolos:
Eram perseverantes no ensino dos Apóstolos e na comunhão, na fração do pão e na oração. […] Todos os que acreditavam estavam no mesmo lugar e tinham tudo em comum. […] Todos os dias frequentavam juntos o Templo, e partiam o pão em cada casa, tomando o alimento com alegria e simplicidade de coração, louvando a Deus e tendo graça junto de todo o povo. E o Senhor acrescentava em cada dia o número dos que estavam a ser salvo  (Atos 2,42.44.46-47). 
       Trata-se de uma visita guiada à primeira Catedral da Igreja nascente – mas com ramificações em todas as casas, em todos os corações –, bem assente em quatro colunas: o ensino dos Apóstolos (1), a comunhão fraterna (2), a fração do pão (3) e a oração (4). Com a boca cheia de louvor, os olhos de graça, as mãos de paz e de pão, as entranhas de misericórdia, a comunidade bela crescia, crescia, crescia. Não admira. Era uma comunidade jovem, leve e bela, tão jovem, leve e bela, que as pessoas lutavam para entrar nela!

       2. É uma comunidade fecunda e feliz, que cuida de si, da sua imagem, e que sorri sempre, que dá testemunho da sua bela identidade, sem peias nem vergonha, num mundo hostil e agressivo. Testemunho diz-se em alemão Zeugnis, e testemunhar diz-se zeugnen. Mas zeugnen significa também gerar. Então, testemunhar é gerar novos filhos e filhas, fazer nascer com o nosso testemunho e a dádiva da nossa vida novas vidas cheias de Cristo, novas teias de esperança.

       3. É urgente saber aproveitar todas as oportunidades, mas também saber provocá-las, e lançar mão de capacidades e aptidões, mas também saber cultivá-las, para oferecer o Evangelho a este mundo. Neste domínio, vós, queridos jovens, quando devidamente preparados e estimulados, pareceis particularmente aptos para criar relações de simpatia e de acolhimento, de modo a saberdes dar o Evangelho juntamente com a vossa própria vida (o vosso tempo, a vossa saúde, a vossa energia, a vossa alegria), estabelecendo relações significativas, não só́ com as pessoas que frequentam a Igreja, mas também com as que estão «à porta», no caminho ou na estrada. Neste sentido, vós, jovens, podeis tornar-vos nos mais eficazes evangelizadores dos jovens, mas também dos adultos e idosos, dado o vosso interesse pelos outros e por tudo o que é novo. Foi, neste sentido, que ouvistes palavras de estímulo do Papa Bento XVI: «Jovens amigos […], testemunhai a alegria desta sua [de Jesus Cristo] presença forte e suave, a todos, a começar pelos da vossa idade. Dizei-lhes que é belo ser amigo de Jesus e que vale a pena segui-l’O» (Homilia da Santa Missa, Terreiro do Paço, Lisboa, 11 de Maio de 2010).

       4. Comunidade jovem, leve e bela, jovens da nossa Diocese de Lamego. Tecei telas belas, novas teias (e não peias), embelezai o mundo, entretecei- o de amor. Dai a vida por ele, dai-lhe vida. Reuni as vossas energias, construı́ sinergias, trazei mais mãos, mais corações, rezai e lutai sempre por um mundo novo, mais justo e mais fraterno, carregado de muito mais esperança.

       5. Queridos jovens, abraçai o estilo de vida de Jesus, vosso amigo, preparai e formai grupos de evangelização, formai uma verdadeira rede de evangelização, que, no coração da nossa Diocese e do mundo, sinta a alegria de levar o Evangelho a todos os sectores da vida, desde a família, à escola, ao trabalho, aos tempos livres, à solidão, à dor. Eu conto convosco. Cristo conta convosco.

+ António Couto, Bispo de Lamego 

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