sexta-feira, 22 de março de 2013

Bento XVI - HUMILDADE - Francisco

       A partilha deste post deve-se ao facto de também nós sermos de opinião que o preconceito em relação ao Cardeal Ratzinger, quando eleito Papa, se tornar por de mais evidente com a sucessão. A atitude das pessoas em geral e dos meios de comunicação social em particular acentuam muitos preconceitos.
       Por ser alemão? Por ser Prefeito da Doutrina da Fé, por ser muito conhecido, por ser o garante da fidelidade a Jesus Cristo e ao Evangelho, por suceder a um Papa carismático, que permaneceu durante quase 27 anos? Certamente muitos destes motivos pesaram...
       Francisco andava de autocarro... Bento XVI andava a pé e entrava com gatos no Vaticano... Simpatia. O então Cardeal Ratzinger cumprimentava todas as pessoas que encontrava e era dos mais dialogantes nas diversas reuniões... Sapatos - Francisco usa os seus, são certamente mais confortáveis, Bento XVI calçava os sapatos feitos por um sapateiro italiano, o mesmo que os fazia para João Paulo II, também desta forma se valoriza o trabalho de uma pessoa simples (ainda que depois alguém se lembrasse de dizer que os sapatos eram prada)...
       A pobreza... Bento XVI escreveu uma Carta Encíclica toda dedicada à CARIDADE... em qualquer texto de João Paulo II ou de Bento XVI a opção pelos pobres é evidente, não é uma descoberta recente do Papa Francisco que muito respeitamos. Quantas vezes estes predecessores afirmaram a necessidade da Igreja ser pobre e para os pobres?
       Muitos dizem que a Igreja é muito rica, mas com a sua riqueza material e também espiritual é das instituições que está na primeira linha a ajudar os mais débeis da sociedade: hospitais, lares, centros de dia, creches, apoio a mães solteiras, apoio a toxicodependentes, as pessoas com SIDA... por todo o mundo, que inclui Portugal.
       Paramentos... quando veio a Portugal foram oferecidos ao Papa mais paramentos do que aqueles que ele poderia usar... e agora deitam-se foram para não ostentar solenidade? Ou vão delapidar o património cultural e imóvel para ajudar os pobres, ficando sem o património, sem estruturas e sem meios para ajudar? E por que é que as pessoas que falam tanto na necessidade de ajudar os pobres com a riqueza dos outros, não pegam nas jóias de família, nas alianças de casamento, vendendo-as e dando o dinheiro aos pobres?
       Já viram quantas famílias riquíssimas deixaram cair palácios por falta de dinheiro?
       O acolhimento a Francisco é mais que justo e merecido. O preconceito em relação a Bento XVI foi sendo ultrapassado à medida que as pessoas o foram conhecendo para lá da informação mediática... Fica o texto...

In Católico com muito orgulho, a partir de: Gazeta do Povo – Por Marcio Antonio Campos

       A simplicidade e a humildade serão, de fato, características marcantes do pontificado do papa Francisco. Praticamente toda reportagem faz questão de ressaltar esses pontos, que são, realmente, elogiáveis. No entanto, a maior parte dos relatos da imprensa também faz questão de estabelecer um antagonismo entre Francisco e seu antecessor, Bento XVI. Não basta saber que o anel do novo papa é de prata, banhado a ouro; é preciso citar o de Ratzinger, feito de ouro maciço. Elogia-se o papa que mantém a cruz peitoral de ferro dos seus tempos de bispo, ao mesmo tempo em que se lembra que Bento XVI usava cruzes de ouro. A impressão é de que se pretende levar o leitor a pensar “esse, sim, é um bom papa, não é como o anterior”, como se um conclave fosse um concurso de simpatia.
       O mote começa a beirar o exagero quando cerimônias como a do início do pontificado são elogiadas por sua “simplicidade” em contraposição às liturgias de Bento XVI. Na verdade, a missa em quase nada foi diferente do que teria sido se o papa anterior a tivesse celebrado. É verdade que o novo pontífice não parece demonstrar o mesmo interesse pela liturgia que tinha Bento XVI, mas é preciso levar em consideração que Ratzinger jamais viu nas vestes litúrgicas um instrumento de ostentação e autopromoção. Sua visão da beleza como elemento apologético está bem documentada em sua obra. E, simplicidade por simplicidade, Bento sempre fez questão de usar adereços litúrgicos – cada um deles carregado de simbologia, ou seja, não se trata de mero enfeite – já usados por outros papas e pertencentes ao Vaticano, com custo zero.
       Francisco se sente muito à vontade entre a multidão, mas é até injusto comparar um pontífice com décadas de experiência pastoral com um acadêmico introvertido que fez praticamente toda a sua carreira eclesiástica em universidades e na Cúria Romana. E, mesmo assim, Bento nunca fugiu dos fiéis ou nunca se mostrou avesso ao contato com as pessoas. O “abraço coletivo” que ganhou dos dependentes de drogas na Fazenda Esperança, em Guaratinguetá (SP), é um dos momentos mais tocantes de sua visita ao Brasil, em 2007.
       A julgar pelas repetidas menções que faz a seu “amado predecessor”, muito provavelmente o próprio papa Francisco rejeitaria comparações de estilo com a intenção de diminuir Bento XVI ou fazê-lo parecer fútil com suas cruzes douradas e sapatos vermelhos. Mas é difícil imaginar que os elogios ao papa simples e humilde vão continuar quando ele começar a se pronunciar sobre os tais “temas polêmicos” a respeito dos quais a imprensa sempre espera, em vão, por mudanças. Aí se perceberá que Bento XVI e Francisco não são tão diferentes quanto parecem.
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Outra curiosidade que achei espantosa. Na comparação com Bento XVI, o Papa Francisco deslocou-se na praça de São Pedro de jipe, isto é, Papa-móvel descoberto, no dia de início de pontificado, como se Bento XVI andasse sempre no Papa-móvel fechado -ainda que por questões de segurança seja defensável, mas também depende do tempo atmosférico:
(Bento XVI num jipe, que nem é papal
 Bento XVI no Papa-móvel jipe, em diferentes ocasiões...
E neste outro Papa-móvel, oferecido ao Vaticano pela Mercedes, há diferenças substanciais? Além da cobertura?
Francisco no Papa-móvel, no início de Pontificado. Acham que deslocar-se num ou outro Papa-móvel faz muita diferença?

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