quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Paróquia de Tabuaço: Reflexão para a Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus - Pe- João carlos

       Celebramos hoje a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus, e desde há 49 anos o Dia Mundial da Paz. Cada ano que começa é um tempo animado pela esperança onde se formulam desejos que são preces que exorcizam o que de menos bom aconteceu no ano que termina e imploram o que almejamos para o ano que começa. A paz é, talvez, o pedido coletivo mais comum.
       O lema escolhido pelo Papa Francisco, para este dia é: “Vence a indiferença, conquista a paz”, todo um programa que diz bem os caminhos a seguir e a evitar para alcançar este bem coletivo. A ausência da paz não resulta só da ação dos beligerantes mas também do silêncio dos pacíficos, que podem atolar-se no “lodaçal da indiferença, que é, talvez, a mais grave doença que afeta a humanidade deste tempo” como recorda D. António Couto, nosso bispo.
       A indiferença envenena, desde logo, as relações interpessoais. Quantas vezes a indiferença é a forma mais frequente de “matar” alguém na nossa vida. Frequentemente, sob a capa de uma “tolerância”, mal entendida, exercemos esta forma subtil de violência: este ou aquele irmão é-nos indiferente. Esquecemos as obras de misericórdia. Para não nos incomodarmos deixamos de fazer a correção fraterna ou suportar com paciência as fraquezas do próximo; paciência pró-ativa de quem dá suporte e respeita o ritmo da conversão do outro.
       A globalização da indiferença, afirma o Santo Padre, conduz a uma malsã autossuficiência do homem que o leva, não só a fechar-se ao irmão, mas também a Deus e à Criação. Colocados sob o lema do Jubileu da Misericórdia: “Misericordiosos como o Pai”, somos convidados a passar da indiferença à misericórdia através da conversão do coração que crie uma cultura da solidariedade e da compaixão. Num discurso a sacerdotes, a 3 de Setembro passado, o Papa Francisco advertia: “Por favor, que nas vossas comunidades nunca haja indiferença. Comportai-vos como homens. Se surgirem discussões ou diversidade de opiniões, não vos preocupeis, é melhor o calor da discussão que a frieza da indiferença, verdadeiro sepulcro da caridade fraterna”. Uma orientação útil para qualquer cristão e para todas as comunidades humanas e eclesiais. 
       Ao celebrarmos hoje a maternidade divina de Maria, voltamo-nos para Aquela que é modelo de abertura a Deus e aos irmãos. Ela é a antítese da indiferença. A sua grandeza vem-lhe toda de Deus e, por isso, ela canta “A minha alma glorifica ao Senhor, porque olhou para a sua humilde serva”. Esta atitude humilde de quem sabe que tudo é dom de Deus, fá-la viver em permanente estado de prontidão diante dos apelos Deus e das necessidades do próximo, leva-a a correr para junto de sua prima Isabel e a lembrar ao seu filho, nas bodas de Caná, que aqueles noivos não tinham vinho.
       Que a Senhora do caminho, da pressa e da visitação, nos cure da doença da indiferença e nos torne atentos às necessidades do irmão.

Pe. João Carlos Morgado
Pró Vigário Geral da Diocese de Lamego

Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus - 01.01.2016

       1 – Iniciamos cada ano sob o olhar materno da Virgem Mãe de Deus e nossa Mãe, para que em todo o ano Ela seja a Estrela da Manhã que nos guia para Jesus e nos conduz para dentro do Presépio, dando-nos Jesus, para O adorarmos, contemplando-O, enchendo-nos da Sua alegria e da Sua paz. Exige-se-nos o mesmo que a Maria: acolhê-l'O, adorá-l'O e dando-O aos outros.
        Um Menino nos foi dado, um Deus no meio de nós. Em Jesus, Deus entranha-Se na história a partir da própria história, encarnando, fazendo-Se Um de nós. Sem anúncios espetaculares ou publicidade enganosa, sem reportagens ou parangonas. Simplesmente nascendo numa família o mais normal possível, de Nazaré, e como qualquer família, com os seus contratempos, desde logo o nascimento em Belém de Judá.
       Há sinais que muitos veem, mas que poucos valorizam e dão crédito. Por regra, só quem tem um coração pobre, grande, disponível para os outros, vazio das coisas e sem orgulhos vãos, é que consegue ler os sinais que surgem na sua vida e à sua volta. Os que estão cheios de si raramente veem o que é verdadeiramente importante, o que conta, o que transforma a vida. Cheios de si, só eles contam, ninguém mais importa, nada têm a aprender ou a descobrir, a importância está neles, os outros são acessórios que embelezam as suas vitórias ou escadas que se permitem pisar para subir mais e mais.
       Como Maria a caminho da Montanha, apressadamente, assim os pastores ao encontro do Menino, apressadamente. Não há tempo a perder. Tudo é importante. Mas há acontecimentos que são decisivos e há pessoas – que nos trazem a salvação – que precisam de toda a nossa atenção. Os pastores deixam os rebanhos, partem por que nada têm de mais importante que a adoração de Jesus, o Menino que vem da parte de Deus. Diante de Jesus, tudo é relativo, secundário, dispensável. Só Jesus não se pode dispensar. Recordamos a liturgia da Festa da Sagrada Família: quando Jesus não está no MEIO, não está connosco, então há que deixar tudo, tudo, absolutamente tudo, para ir ao Seu encontro. Sem Ele de pouco vale o que temos ou o que somos. Com Ele, até as provações têm sentido e poderão ser redentoras.
       2 – Chegados a Belém, encontram Maria, José e o Menino deitado na manjedoura, conforme o Anjo do Senhor lhes revelara. E de novo não há tempo a perder, não importa a pressa que traziam, nem o que deixaram lá fora, estão em casa pois estão junto de Jesus, encontraram uma RAZÃO maior que iluminará as suas vidas por completo.
       Que importa o mundo inteiro se tenho o mundo ao pé de mim, se estou em casa, se sou iluminado pela maior luz, se diante dos olhos e do coração tenho o essencial para ser feliz?
        Madre Teresa de Calcutá lembrava muitas vezes que o fundamental é dar atenção e cuidar da pessoa que tenho à minha frente. Se tenho uma pessoa a quem valer e não valho por estar preocupado com a doença, o sofrimento e a miséria de milhares de pessoas, de pouco me adianta fazer e ter bons propósitos. Há que começar por algum lado, melhor, por alguém. Quantas vezes estamos a falar com alguém e não escutamos por que estamos centrados noutras coisas, noutros mundos, em outras pessoas! Mas então e esta pessoa que está diante de mim? Não me merecerá toda a atenção do mundo? Há que acudir a Jesus nesta pessoa concreta.
        Os pastores dão-nos uma lição importante: ir ao encontro de Jesus e colocar-nos por inteiro diante d'Ele, com o que somos, com as nossas dúvidas e incertezas, com os nossos sonhos e projetos. Levamos-lhe o nosso dia-a-dia. Quando chegaram, os Pastores contaram tudo o que ouviram do Anjo.
       E como será o regresso? Se Ele nos tocou a alma, regressamos mudados para sempre. "Os pastores regressaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes tinha sido anunciado".
       3 – Capacidade de admiração dos ouvintes. De cada um de nós. Mal é quando a vida já não tem nada para nos dar, nada que nos faça sorrir, nada a apreciar. Todos ficam admirados, mas obviamente Maria ocupa um lugar especial. As mães bebem, mastigam, cada palavra que se diz dos filhos. "Maria conservava todos estes acontecimentos, meditando-os em seu coração".
       Silêncio que acolhe, guarda e medita. Maria também nos desafia pelo Seu silêncio da oração e da adoração. É a primeira a admirar Jesus, a pegar-lhe ao colo, a olhar para as suas feições, a tatear-lhe o corpo, cada pedaço de pele, a aconchegá-l'O contra o seu peito, embrulhando-O para o manter confortável, procurando-lhe o olhar.
       Quando os Pastores os encontram, Jesus está na manjedoura. É possível que Maria O tivesse em seus braços, mas coloca-O para que os pastores O possam adorar e pegar-lhe sem se sentirem retraídos. Os Pastores aproximam-se, presenciam o que lhes disseram: o Messias nasceu e está diante dos seus olhos. Como os habitantes da Samaria, quando a Samaritana lhes falou de Jesus: acreditamos não pelo que disseste mas pelo que vimos e Lhe ouvimos. Os pastores confiaram nas palavras do Anjo e partiram, mas fazem a experiência de encontro com Jesus.
       E com os pastores, outras pessoas se aproximam do Presépio. Vamos também nós a Belém adorar o Deus Menino. Maria, que lá O tem, estendê-l'O-á para que possamos pegar-lhe, deixando que Ele toque a nossa mão, o nosso coração, e nos envie, como aos pastores, em missão.
       4 – Para o cristão, o Batismo marca o arranque de uma vida que se quer de identificação ao autor do Batismo, Jesus Cristo. Um dos primeiros gestos do ritual do Batismo é a escolha do nome do batizando. A primeira missão de Adão e Eva é a de dar nome às coisas e aos animais, para que dominem sobre eles, num domínio que é serviço e cuidado, responsabilidade por aqueles a quem se dá um nome. Quando queremos bem a alguém tratamo-lo pelo nome, num tom e num timbre que ressoe no coração. É das melhores músicas para os nossos ouvidos: o nosso nome dito e ouvido com alegria e amizade, com ternura e afabilidade.
"Quando se completaram os oito dias para o Menino ser circuncidado, deram-Lhe o nome de Jesus, indicado pelo Anjo, antes de ter sido concebido no seio materno". Ele é o Filho de Deus, mas está ao cuidado de Maria e de José, que Lhe dão o nome e a casa. "Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher e sujeito à Lei, para resgatar os que estavam sujeitos à Lei e nos tornar seus filhos adotivos. E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: «Abá! Pai!». Assim, já não és escravo, mas filho. E, se és filho, também és herdeiro, por graça de Deus".
       Somos filhos de Deus, em Jesus Cristo e como tal somos responsáveis por cada irmão, filho, pai, mãe, pois Deus os colocou na nossa vida para deles cuidarmos. Maria e José exemplificam este cuidado. Jesus nasce e imediatamente lhes merece toda a atenção. Sublinhe-se o facto de São José que sendo pai adotivo e não biológico logo assume a missão de acolher, amar, cuidar, proteger, dar nome a Jesus e amparar a Virgem Mãe. Os laços que nos unem radicam no amor e na proximidade, ultrapassando os laços sanguíneos.
       5 – Neste primeiro dia de 2016, colocamo-nos, com Maria, sob o olhar misericordioso de Deus, para que nos ilumine e nos dê a Sua bênção. "Senhor nosso Deus, que, pela virgindade fecunda de Maria Santíssima, destes aos homens a salvação eterna, fazei-nos sentir a intercessão daquela que nos trouxe o Autor da vida, Jesus Cristo, vosso filho".
       A bênção há de ser a oração que nos liga a Deus e aos outros, e nos compromete na construção da paz. Como diz Deus através de Abraão: "O Senhor te abençoe e te proteja. O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face e te seja favorável. O Senhor volte para ti os seus olhos e te conceda a paz". Assim invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel e Eu os abençoarei». E como salmodicamente respondemos à Palavra de Deus: «Deus Se compadeça de nós e nos dê a sua bênção, resplandeça sobre nós a luz do seu rosto. Na terra se conhecerão os seus caminhos e entre os povos a sua salvação. Alegrem-se e exultem as nações, porque julgais os povos com justiça e governais as nações sobre a terra». 
       São também os votos do Papa Francisco, na tradicional Mensagem para o Dia Mundial da Paz que hoje comemoramos: «Não perdemos a esperança de que o ano de 2016 nos veja a todos firme e confiadamente empenhados, nos diferentes níveis, a realizar a justiça e a trabalhar pela paz. Na verdade, esta é dom de Deus e trabalho dos homens; a paz é dom de Deus, mas confiado a todos os homens e a todas as mulheres, que são chamados a realizá-lo».
       O compromisso será vencer a indiferença, reconhecendo que os outros são nossos irmãos em Jesus Cristo e, desta forma, conquistar a paz que Ele nos traz.

Pe. Manuel Gonçalves


Textos para a Eucaristia (ano C): Num 6, 22-27; Sl 66 (67); Gál 4, 4-7; Lc 2, 16-21.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Martin Pistorius - QUANDO EU ERA INVISÍVEL

MARTIN PISTORIUS (2015). Quando eu era invisível. Amadora: Nascente. 272 páginas.
       A partir dos 12 anos, Martin entrou em estado vegetativo, encerrado dentro da sua mente, e com a o corpo descontrolado. Uma criança saudável, tímida, com um futuro risonho pela frente. Para os pais é um choque verem que o filho vai definhando. Ficam com a vida hipotecada. O pai nunca desistiu e sempre acreditou que o filho estava ali naquele corpo quase inerte. A mãe passou por um momento de dor, de perda e de luto, para poder cuidar dos outros dois filhos.
       Passando por diferentes centros de cuidados específicos, ou lares que acolhem pessoas com estas fragilidades enquanto os pais estão em viagem ou em férias, vai registando diversas experiências, positivas e negativas, desde pessoas que desabafam na sua presença, outras que o obrigam a comer, ou abusa dele, até que, passados 12 anos, conhece uma jovem terapeuta, Virna, que percebe que ali não está apenas um corpo, mas alguém que habita esse corpo e que só mexia os olhos.
       Após alguns testes, aos quais responde, apontando para símbolos, vai ser acompanhado mais de perto, com o apoio sempre presente dos pais e dos irmãos, adaptando-se a utilizar um computador, com software para produzir a fala e para responder através de símbolos e palavras. Vai-se aperfeiçoando com o corpo a responder a maiores estímulos e com um maior controlo.
       Pouco a pouco conquistou a autonomia que lhe permitiu estudar, trabalhar, executar algumas tarefas, ter um emprego a tempo inteiro.
        Há muitas situações diferentes, em casos semelhantes. Por vezes é quase um milagre encontrar as pessoas certas para verem além do corpo e das suas limitações. Este é um caso extraordinário de luta, de encontro, de amor e de afetos. Martin encontrará o amor da sua vida e de África do Sul viajará para Londres, para casar, e viver a sua vida. Com muitas necessidades e dependências, mas onde o amor vence barreiras e ilumina os seus dias.
"Gostaria que todos vós parassem por um momento e imaginassem se não tivesse uma voz ou qualquer outro meio de comunicação.
Nunca poderia pedir "passa-me o sal" ou dizer a alguém coisas verdadeiramente importantes como "amo-te". Não poderiam dizer a ninguém que se sentiam incómodos, com frio ou com dores. Durante algum tempo, depois de descobrir o que me tinha acontecido, tive uma fase em que seria capaz de me morder de frustração pela vida que levava. Depois deixei-me disso. Tornei-me completamente passivo.
A minha vida sofreu uma mudança radical. Todavia, continuo a aprender a ajustar-me a ela e, embora as pessoas me digam que sou inteligente, tenho dificuldade em acreditar nisso. Os meus progressos são fruto de muito trabalho e do milagre que aconteceu quando as pessoas acreditaram em mim.
A comunicação é uma das coisas que nos torna humanos. E eu sinto-me honrado por me terem dado a oportunidade de comunicar".

Profetiza Ana, na apresentação do Senhor...

       Quando os pais de Jesus levaram o Menino a Jerusalém, a fim de O apresentarem ao Senhor, estava no templo uma profetiza, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada e tinha vivido casada sete anos após o tempo de donzela e viúva até aos oitenta e quatro. Não se afastava do templo, servindo a Deus noite e dia, com jejuns e orações. Estando presente na mesma ocasião, começou também a louvar a Deus e a falar acerca do Menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém. Cumpridas todas as prescrições da Lei do Senhor, voltaram para a Galileia, para a sua cidade de Nazaré. Entretanto, o Menino crescia e tornava-Se robusto, enchendo-Se de sabedoria. E a graça de Deus estava com Ele (Lc 2, 36-40).
       Víamos ontem a figura do velho Simeão, homem justo e temente a Deus. Hoje é-nos dada a conhecer outra figura: a profetisa Ana. Não se sabe muito acerca dela, mas sabe-se que esteve casada sete anos, mas uma viuvez precoce deixou-a muitos e longos anos viúva. A sua vida é passada sobretudo no Templo, em oração e jejum. Em Deus encontra um sentido para a sua vida. Depois de um acontecimento negativo, as pessoas podem seguir por caminhos vários, alterando, muitas vezes o rumo. Algumas desacreditam e perdem-se. Ana encontrou um motivo para continuar a viver feliz dedicando-se a Deus, por inteiro.
       A proximidade física de Jesus, que faz saltar de alegria João Baptista, ainda no seio de sua mãe, que entusiasma de júbilo o velho Simeão, provoca também uma enorme festa nas palavras e na vida da profetisa Ana, que não deixando os seus créditos por mãos alheias nos diz claramente que Deus está com Aquele menino, Ele trará a paz e a libertação a todo o povo.
       Mais duas notas de reflexão:
       Primeira: veja-se como a Sagrada Escritura, mais uma vez, coloca a mulher numa missão importante. Na Bíblia há muitos momentos e sobretudo na vida de Jesus, em que as mulheres assumem um papel muito mais preponderante que a sociedade do tempo lhes atribuía.
       Segunda: o texto sublinha o crescimento de Jesus em robustez e sabedoria, dizendo-nos que a graça de Deus estava com Ele.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Tabuaço: Festa de Natal da Catequese - 2015

       As festas da Catequese fazem parte integrante da caminhada catequética, que assinala os tempos mais mais importante do Ano Litúrgico, bem como outras datas especiais: Natal, Páscoa, Apresentação do Senhor; Dia do Pai, Dia da Mãe...
       No passado dia 19 de dezembro, a Festa de Natal da Catequese, como habitualmente no Auditório do Centro de Promoção Social de Tabuaço (Centro de Dia). Iniciou com a celebração da Eucaristia e prosseguindo com a intervenção dos diferentes anos de catequese, com músicas, danças, pequenas encenações. O Grupo de Jovens (GJT) juntou ao grupo de Catequistas para ajudar na coordenação da Festa. E foi o GJY que teve a responsabilidade de encerrar a Festa com uma encenação relacionada com a quadra de Natal. No final ainda tempo para a Mãe Natal fazer uma aparição e para todos juntos, catequistas, jovens e catequizandos desejarem, cantando, um Santo Natal a todos os presentes.
       Algumas imagens da festa.

       Outras imagens na página da Paróquia de Tabuaço no Facebook.

sábado, 26 de dezembro de 2015

Festa da Sagrada Família de Jesus, Maria e José | 2015

       1 – A Festa da Sagrada da Família reveste-se, cada ano que passa, de especial importância face aos ataques, à descaracterização, às dificuldades que atravessa. As famílias são o berço da sociedade, a célula primária, básica, essencial. É nas famílias que se nasce, se cresce, se aprendem os valores do respeito, da partilha, da comunhão. Aí se aprende a fragilidade e o perdão. O apoio nos momentos de desânimo, de doença, quando o emprego é precário ou inexistente. É na família que se celebra a vida, se festejam as ocasiões importantes. É aí que o nosso corpo encontra encosto e repouso, e a nossa vida pode ser acolhida em transparência, sem máscaras nem disfarces, onde podemos ser autênticos, sem medo nem vergonha.
       2 – A Igreja viveu ultimamente dois Sínodos dos Bispos dedicados à Família. Realidades distintas conforme a latitude ou longitude. Em algumas zonas do universo discute-se a natalidade residual, noutras partes a falta de recursos para alimentar tantas bocas. Zonas demasiado povoadas, com muitas crianças e muitos jovens, e muita pobreza, e as políticas impositivas de controlo de natalidade e de chantagem económico-ideológica.
       No Ocidente, predomina o envelhecimento da população e a desertificação das regiões periféricas. As medidas pensadas pelos líderes mundiais muitas vezes não levam em conta as necessidades das famílias mas o maior lucro possível, mesmo que à custa das pessoas e das famílias.
       No Ocidente emerge uma mentalidade abortacionista. Paga-se para que as pessoas abortem. Assim era na China, em que se limitava o nascimento a um filho por casal. Este ano abriu-se a possibilidade de um segundo filho. Quando se trata de apoiar as famílias e a natalidade, não há recursos, estamos em crise. Mas financia-se o aborto como método contracetivo. Basta ver que as primeiras medidas do novo Parlamento português não foram melhorar a vida das pessoas carenciadas, mas facilitar o aborto e os casais inférteis. E não venham com a acusação ideológica de defesa da liberdade da mulher, pois logo impossibilitam os direitos da nova vida humana. Não se trata de perseguir ou condenar as mulheres que em situações-limite recorreram ao aborto! O acolhimento e o perdão são também desafio a apostar na vida. Para o Jubileu da Misericórdia, o Papa Francisco alargou a todos os sacerdotes o múnus de absolver aqueles que contribuíram para um aborto, colocando-se em situação de excomunhão. Salienta-se a misericórdia e a compreensão, mas colocando a vida como valor supremo e como ponto de partida para os demais direitos.
       3 – Por outro lado, o desamparo dos mais novos e dos mais velhos.
       As crianças, que são bênção, e cuja natalidade em alta revolveria muitos problemas de emprego, da segurança social, do desenvolvimento económico, são tidas como estorvo à felicidade pessoal e/ou profissional.
       Segundo o Papa Francisco, e quanto aos idosos, expande-se a cultura do descarte. Não serve, deita-se fora. Enquanto eram úteis, agradecidos; quando exigem mais atenção, dispensados. Eles garantiam a comunicação dos valores, da cultura e da história, e foram simplesmente arredados das decisões mais importantes da família e da sociedade. Por vezes são como casacos nos cabides. São colocados em lares e lá permanecem sem a visita dos familiares, precisamente como os casacos nos cabides que podem atravessar uma estação inteira pendurados e esquecidos!
       As sociedades que esquecem os mais novos e os idosos perdem a identidade, ficando sem o passado e sem o futuro. A aposta na natalidade garantirá a sobrevivência dos povos. O envelhecimento da população põe em risco todo o sistema económico-financeiro, quando foi este que estrangulou a capacidade das famílias gerarem mais vida. A carreira profissional, que promove, e bem, a realização das pessoas, impede a geração de filhos, por imposição da empresa, que não se dispõe a ter funcionários com licenças de maternidade e paternidade, ou dos próprios que se dedicam inteiramente às profissões para subirem sempre mais. O equilíbrio será o desejável.
       4 – Os Sínodos dos Bispos permitiu aclarar diversas questões relacionadas com a família. No final, porém, a comunicação social fixou-se na discussão sobre os casamentos entre pessoas do mesmo sexo, na adoção de crianças por casais homossexuais e na comunhão dos recasados.
       Esta última questão será ainda aprofundada pelo Papa Francisco, com a possibilidade de atender a cada caso, sem desvalorizar o valor do Matrimónio consagrado diante de Deus. Por um lado, todos devem ser acolhidos e sentirem-se filhos da Igreja. Por outro, a importância da indissolubilidade do Matrimónio.
       Fora desta questão, como é óbvio, está a situação das pessoas que vivem em união de facto ou casadas civilmente, tendo a possibilidade de celebrar o Matrimónio cristão. São os próprios que recusam os Sacramentos, pelo que não se compreende que insistam em comungar ou ser padrinhos de batismo e/ou de crisma, quando optaram por uma vivência conjugal à margem da Igreja.
       A Igreja insiste na importância da família para promoção da cultura da vida, espaço favorável a proteger a vida e a dignidade das pessoas em diferentes situações de saúde, de deficiência, de idade, de vulnerabilidade no emprego, na habitação, na alimentação.

       5 – Deus criou-os homem e mulher, para crescerem e multiplicar-se, para serem família, ajudando-se mutuamente. Osso dos meus ossos, carne da minha carne. Semelhantes a Deus, semelhantes entre si, capazes de amar e ser amados, e de responder. Só me pode responder alguém que me seja igual, nem abaixo nem acima, mas semelhante.
       Também desde o início que em muitas situações ganhou o egoísmo, levando a ruturas e conflitos. A inveja, o ciúme e a ira de Caim contra o seu irmão Abel, eliminando-o para que não haja alguém que, em seu entender, lhe possa fazer-lhe sombra ou limitar os seus "direitos". Desaparecendo o irmão, a fraternidade, desaparece também a felicidade, tornamo-nos errantes. Não é Deus que nos exclui, somos nós que cavamos a nossa sepultura ao afastar-nos dos outros.
       Ben Sirá lembra a vontade original de Deus: "Deus quis honrar os pais nos filhos… Quem honra seu pai obtém o perdão dos pecados e acumula um tesouro quem honra sua mãe… Filho, ampara a velhice do teu pai e não o desgostes durante a sua vida… sê indulgente para com ele e não o desprezes, tu que estás no vigor da vida, porque a tua caridade para com teu pai nunca será esquecida e converter-se-á em desconto dos teus pecados".
       O cuidado e o amor devotado pelos pais aos filhos deve ser correspondido pelo cuidado, respeito e amor dos filhos em relação aos pais sobretudo quando estes avançam para uma fragilidade física, pela idade e/ou pela doença.
       São Paulo, por sua vez, alarga o mandamento aos maridos e às mulheres, mantendo-o em relação aos pais e aos filhos, pela submissão no amor, na delicadeza e no serviço mútuo, mas também a todos nós, imitando Jesus: «Revesti-vos de sentimentos de misericórdia, de bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente… Tal como o Senhor vos perdoou, assim deveis fazer vós também. Acima de tudo, revesti-vos da caridade, que é o vínculo da perfeição. Tudo o que fizerdes, por palavras ou por obras, seja tudo em nome do Senhor Jesus...».
       6 – A Encarnação de Deus, a vinda de Jesus para junto de nós, a assunção da nossa condição mortal e finita, identificando-Se connosco e connosco vivendo, caminhando, volta a ensinar-nos o caminho da fraternidade, da partilha, da comunhão, pelo perdão e pelo amor, colocando os outros em primeiro lugar, servindo-os. A quadra de Natal recorda-nos esta família de Nazaré, cujo ambiente promove o diálogo, o respeito pelas diferenças e pela missão de cada um, e sobretudo, o acolhimento da vontade de Deus.
       Não é uma família extraordinária e, muito menos, extraterrestre. É uma família simples, pobre ou remediada, de uma pequena cidade-aldeia, de Nazaré. Não vive num palácio. São José trabalha a pedra, a madeira e em tudo o que é necessário às construções daquele tempo. Maria cuida da casa, dos animais, recolhe o leite, fabrica o queijo, fia a lã, trata das roupas, amassa a farinha e coze o pão. E, como em qualquer família judaica, Maria tem o cuidado por Jesus, lhe ensinar a rezar, a ler, a comportar-se. Sendo rapaz, a partir dos 7/8 anos, passa a acompanhar o pai, ajudando-o e aprendendo a mesma profissão. Filho de um carpinteiro, carpinteiro será.
       A religião marca o ritmo das famílias e das aldeias. Como sublinha São Lucas, a Sagrada Família ia todos os anos a Jerusalém pela festa da Páscoa. É nesse contexto que "perdem” Jesus. É a idade em que os rapazes eram/são iniciados na vida adulta: vão ao Templo e, pela primeira vez, leem a Sagrada Escritura em público. O entusiasmo de Jesus fá-l'O permanecer mais tempo junto dos doutores da Lei, tentando compreender melhor a sua missão e identidade, e pondo em evidência as suas intuições.

        7 – Indo em caravana, com os membros da família alargada e com as pessoas da mesma cidade, protegendo-se mais facilmente dos salteadores, era possível que as crianças, nas correrias e brincadeiras, se afastassem dos pais. No regresso de Jerusalém, Maria e José "perdem-se" de Jesus. Terá ficado com as outras crianças? Não saberá das preocupações dos seus pais? Durante o dia da caminhada, as crianças mais crescidas poderiam ir juntas. No final do dia, a família reúne-se para a refeição e para descansar. É então que se apercebem que Jesus não voltou e procuram-n'O entre familiares e conhecidos.
       Onde O haveriam de encontrar? No Templo entre os doutores da Lei, que se admiram com a sua sabedoria. Quando O encontram, Maria pergunta-Lhe: «Filho, porque procedeste assim connosco? Teu pai e eu andávamos aflitos à tua procura». Jesus respondeu-lhes: «Porque Me procuráveis? Não sabíeis que Eu devia estar na casa de meu Pai?».
       Sobrevém o clima de diálogo. Maria pergunta a Jesus se tinha consciência de que Ela e São José estavam preocupadíssimos. Jesus responde-lhes com outra pergunta e que aponta para a Sua identidade original e para a missão que terá de assumir.
       Visualiza-se a delicadeza de Maria e de José. Maria guarda estes acontecimentos e palavras no coração e certamente também José. Logo o evangelista nos lembra que "Jesus ia crescendo em sabedoria, em estatura e em graça, diante de Deus e dos homens".
       Por aqui se vê como a família de Nazaré também tem a sua dose de dificuldades, por ocasião do nascimento de Jesus, na fuga para o Egipto e agora na "perda" de Jesus. Como é que se terão sentido Maria e José e os outros familiares a procurar em todas as encruzilhadas por Ele?

       8 – O texto do Evangelho diz-nos, entre muitas coisas, algo essencial: se nos perdermos de Jesus, como aconteceu com Maria e José, e por mais caminho que tenhamos percorrido, é imprescindível que regressemos a todos os lugares onde O pudermos encontrar. Não adianta correr se não sabemos para onde vamos.
       Peçamos com fé: "Senhor, Pai santo, que na Sagrada Família nos destes um modelo de vida, concedei que, imitando as suas virtudes familiares e o seu espírito de caridade, possamos um dia reunir-nos na vossa casa para gozarmos as alegrias eternas".
       Maria e José estão atentos à vontade de Deus, fazendo com que Jesus esteja no centro das suas preocupações e das suas vidas, por maiores que sejam as dificuldades e os desafios. Assim ter de ser connosco.

Pe. Manuel Gonçalves


Textos para a Eucaristia: Sir 3, 3-7. 14-17a; Sl 127 (128); Col 3, 12-21; Lc 2, 41-52.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Solenidade do Natal de Jesus Cristo - 2015

       1 – O Natal é luz, é paz, é esperança. O Natal é amor, solidariedade, é vida. O Natal é ternura, justiça, é alegria. O Natal é humanidade, compaixão e misericórdia. O Natal é encontro e transformação, o Natal é vida nova e tempo novo. O Natal é bênção e chegada. É vinda e salvação, inclusão e fraternidade. O Natal é partilha e verdade. O Natal é aconchego e denúncia, é transparência do bem e do mal, é desafio e provocação. O Natal é Jesus a nascer em nós. Deus a fazer-Se um connosco. O Natal é acolhimento e calor. Proximidade e reconciliação. O Natal é tempo da família, dos afetos, e da gratidão. O Natal é Casa de Oração e de Misericórdia. É tempo da memória agradecida. É a oportunidade para recomeçar, para partir, para descobrir, é o tempo para construir, para criar ou solidificar os laços. Todas as comemorações nos fazem parar, refletir, olhar para trás, fazer propósitos para caminhar, emendar a mão, ir ao encontro do irmão.
       À nossa volta não faltam sinais: luzes, enfeites, decorações, Pais-natais, árvores de Natal, Presépios, estrelas, anjos, renas... doces, bolos, convites, prendas... campanhas de solidariedade (algumas das quais servem para as marcas venderem mais). É um tempo muito especial, muito sensível. Sentimentos à flor de pele. As lembranças da infância e do tempo perdido; os sonhos e as vidas que se desfizeram; a família e os que já ficaram para trás. Tudo lembra. Muito mais nestas alturas em que a família se reúne. A alegria mistura-se com a nostalgia. A festa traz-nos de volta os familiares e amigos que estão longe, fisicamente ou pelos meios tecnológicos de comunicação; mas traz-nos também os que já morreram.
       Aos desertos exteriores – pobreza, guerra, toxicodependência, corrupção, fosso entre ricos e pobres, desemprego, fome – acrescem os milhentos desertos interiores – a solidão, falta de sentido para a vida, o vazio da alma. Nestas palavras emprestadas por Bento XVI, e que novamente retomo, um diagnóstico que se torna um desafio a levarmos Luz a todos os recantos, a levar Luz às trevas, ao pecado, aos momentos de desencanto.
       2 – O Natal é Luz que vem do Céu, da eternidade para o tempo, do Infinito para a história. O Deus que nos criou por amor, por amor nos quer salvar.
       O profeta do Advento e que nos introduz no Natal, Isaías, proclama: «O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; para aqueles que habitavam nas sombras da morte uma luz começou a brilhar. Multiplicastes a sua alegria, aumentastes o seu contentamento. Rejubilam na vossa presença, como os que se alegram no tempo da colheita, como exultam os que repartem despojos».
       Ao longo de gerações, Deus não deixou de Se manifestar, de nos enviar os Seus mensageiros, de nos falar, como Pai e Mãe, perscrutando o nosso coração e o nosso olhar, chamando-nos a Si, procurando-nos nos nossos caminhos, muitas vezes incertos e perdidos. «Nestes dias, que são os últimos, falou-nos por seu Filho, a quem fez herdeiro de todas as coisas e pelo qual também criou o universo».
       Desde sempre pendeu sobre nós a Misericórdia do Deus altíssimo. Chegado o tempo, Deus quebrou o jugo que pesava sobre todo o povo, para restabelecer a paz e a justiça. «Porque um menino nasceu para nós, um filho nos foi dado. Tem o poder sobre os ombros e será chamado "Conselheiro admirável, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da paz". O seu poder será engrandecido numa paz sem fim, sobre o trono de David e sobre o seu reino, para o estabelecer e consolidar por meio do direito e da justiça, agora e para sempre. Assim o fará o Senhor do Universo».
       Por conseguinte, podemos dizer e alegrar-nos com o Profeta: «Como são belos sobre os montes os pés do mensageiro que anuncia a paz, que traz a boa nova, que proclama a salvação... Eis o grito das tuas sentinelas que levantam a voz. Todas juntas soltam brados de alegria, porque veem com os próprios olhos o Senhor que volta para Sião. Rompei todas em brados de alegria, ruínas de Jerusalém, porque o Senhor consola o seu povo, resgata Jerusalém. O Senhor descobre o seu santo braço à vista de todas as nações e todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus».
       Deus nos dará a paz em abundância. E com a abundância da paz que nos desafia a ser irmãos, a alegria do coração, que nos faz atravessar por vales e montanhas, por mares revoltos e por todas as tempestades que nos atrasam e nos desviam do caminho que nos leva a Jesus.
       3 – Há Natal e há mais luz, Luz que vem de Deus para nos guiar. Haverá Natal quando o homem quiser, quando o homem sonhar, quando cada um de nós dos outros cuidar, e então haverá Natal porque Deus quer, porque Deus vem, porque Deus nos ama e nos envolve em ternura e misericórdia, porque Deus nos redime e salva, porque Deus nos quer bem e nos assume como filhos no Filho que é nosso irmão, para que n'Ele, Jesus Cristo, dando as nossas mãos e o coração, possamos voltar a ser como no paraíso, como no início, como irmãos, família que caminha, apoiando-se nos momentos bons e nos enfadonhos, nos sonhos e nos agravos. Nunca escravos, sempre irmãos.
       Naqueles dias, saiu um decreto de César Augusto, para que todos se recenseassem na sua terra natal. Maria e José tiveram que partir, da cidade de Nazaré para a cidade de David, chamada Belém. «Enquanto ali se encontravam, chegou o dia de ela dar à luz e teve o seu Filho primogénito. Envolveu-O em panos e deitou-O numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria».
       Logo o Anjo do Senhor se aproxima dos pastores que andavam por ali e os cerca de luz, dizendo-lhes: «Não temais, porque vos anuncio uma grande alegria para todo o povo: nasceu-vos hoje, na cidade de David, um Salvador, que é Cristo Senhor. Isto vos servirá de sinal: encontrareis um Menino recém-nascido, envolto em panos e deitado numa manjedoura».
       Quando alguém chega, quando alguém nasce, é tempo para cantar, agradecer, louvar. É a bênção de Deus que chega até nós. Juntemo-nos aos Anjos e aos Pastores e cantemos: «Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados».
       4 – «Manifestou-se a graça de Deus, fonte de salvação para todos os homens». Um Menino nos foi dado. Deus no meio de nós. Deus connosco. Tal é o Seu amor que nos assumiu inteiramente, abaixando-Se, colocando-Se ao mesmo nível que nós, para nos elevar com Ele às alturas do Céu, donde veio, de onde nos atrai, para onde nos encaminha, de onde nos acompanha.
       «No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. No princípio, Ele estava com Deus. N’Ele estava a vida e a vida era a luz dos homens. A luz brilha nas trevas e as trevas não a receberam. O Verbo era a luz verdadeira, que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem. Àqueles que O receberam e acreditaram no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. Estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. E o Verbo fez-Se carne e habitou entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que Lhe vem do Pai como Filho Unigénito, cheio de graça e de verdade».
        Acreditando no Filho de Deus, recebemos o poder e a graça de nos tornarmos também nós filhos de Deus e instrumento de salvação para os outros, fazendo com que a Luz que nos salva, incidindo em nós, reflita para os outros.

Pe. Manuel Gonçalves


Textos para a Eucaristia:
Missa da Noite - Is 9, 1-6; Sl 95 (96); Tito 2, 11-14; Lc 2, 1-14;
Missa do Dia - Is 52, 7-10; Sl 97 (98); Hebr 1, 1-6; Jo 1, 1-18.

sábado, 19 de dezembro de 2015

Domingo IV do Advento - ano C - 20 . dezembro . 2015

       1 – Pôr-se a caminho há de ser a atitude permanente dos discípulos de Jesus.
       Sair de si, ir ao encontro dos outros, estar em movimento, física mas sobretudo espiritualmente, sair do seu egoísmo para criar espaço para Jesus nascer e crescer, criar espaço para os outros, para os acolher, para os compreender, para os ajudar. Como o Bom Pastor que sai ao encontro das ovelhas desgarradas e perdidas. Assim a missão da Igreja. Assim o compromisso batismal de todos os cristãos.
       Se nos domingos anteriores, a figura que nos desafiava a sintonizar com o Messias anunciado, prometido e para breve no meio de nós, era João Batista, neste quarto domingo, Maria irrompe preenchendo o Evangelho e a Igreja e, mesmo sem falar, ensina-nos como proceder para bem acolhermos Jesus, levando-O aos outros.
       Depois da Anunciação do Anjo, Maria parte. Não parte de qualquer maneira. Parte com pressa. Com pressa para ajudar a Sua prima Santa Isabel, grávida e de idade avançada (para a época). Leva a Isabel a alegria do Evangelho que se gera no Seu ventre. Ela é a Arca da Nova Aliança, leva em Si a Nova Aliança que é Jesus. E isso é motivo de grande júbilo.
       A presença Maria é bênção e toda a bênção gera vida, gera alegria, gera paz.
       Isabel comunica-nos a ALEGRIA gerada pela proximidade de Maria e do Deus Menino: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor? Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos a voz da tua saudação, o menino exultou de alegria no meu seio. Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor».
       2 – A escolha de Deus distancia-se de muitas das nossas escolhas. Escolhemos (muito mais) pelo aparente, o que nos soa bem, o que é agradável à vista e ao ouvido; a robustez; aquilo com que simpatizamos, os mais belos, mais fortes, mais bem apresentáveis. Perigo para o qual São Tiago alertava as primeiras comunidades cristãs.
       Deus escolhe o que é pequeno, pobre, último, insignificante. Não para excluir, mas para incluir. Se os pais tiverem vários filhos, procurarão dar atenção a todos, se os amam de verdade, mas irão ter mais cuidado com os mais frágeis, com os que estão fora, com os que atravessam uma fase complicada, com os mais novos. É uma dinâmica de compensação, de inclusão, de cura, de absorção. Ou seja, compensar quem está menos tempo, incluir quem está fora ou está afastado da mesa e da sala porque está doente; a cura que é potenciada pelo amor, pelo carinho, pelas carícias; absorver os gestos e as palavras de quem está pouco tempo, para continuar a desfrutar daqueles bons momentos, depois da partida.
       Deus escolhe o que passa despercebido para confundir os sábios (presunçosos) deste mundo. Chama para incluir, para nos fazer ver que para Ele todos contam, não há ninguém insignificante, pois todos são obra das Suas mãos.
       Eis o que diz o Senhor: «De ti, Belém-Efratá, pequena entre as cidades de Judá, de ti sairá aquele que há de reinar sobre Israel... Deus os abandonará até à altura em que der à luz aquela que há de ser mãe. Então voltará para os filhos de Israel o resto dos seus irmãos. Ele se levantará para apascentar o seu rebanho pelo poder do Senhor, pelo nome glorioso do Senhor, seu Deus. Viver-se-á em segurança, porque ele será exaltado até aos confins da terra. Ele será a paz».
       De Belém, a pequena cidade, surgirá o Rei - Bom Pastor, Ele será a paz. Vem para reunir, para ajuntar, para congregar numa só família. Não mais se sentirão abandonados quando Aquela Mulher der à luz Aquele que trará a paz e a segurança.
       3 – Maria, a escolhida do Senhor, desde toda a eternidade, a Imaculada Conceição, nasce e cresce numa família o mais normal possível. N'Ela Se manifesta a grandeza de Deus. A eleita de Deus não tem privilégios, não nasce num palácio ou numa família reconhecível pelos seus feitos, riqueza ou pelo prestígio social, religioso ou político. É de uma família simples de Nazaré, cidade quase insignificante, em comparação, por exemplo, a Jerusalém, a cidade santa, a cidade de David.
       A Virgem de Nazaré reveste-se de esperança para nós. Não tem predicados que não estejam ao nosso alcance. Reunimos, com efeito, as mesmas condições para sermos chamados por Deus e para acolhermos em nós o Salvador de mundo. Ela ensina-nos a tornarmo-nos livres para amar, para acolher, para partir, para encontrar, para dar, para espalhar a alegria. Sem pompa nem vaidades vãs, sem arrogância nem prepotência. Simples. Parte. Corre. Onde é necessário ajudar é aí que é necessário ir e permanecer. Na visitação a Isabel, ou intercedendo pelos noivos de Canaã. Cada encontro é oportunidade para levar Deus e, com Deus, partilhar a alegria que não tem fim.
       Não segue com muitas coisas, que por certo atrasariam a viagem. Não leva um séquito de criados para se proteger e para carregarem as suas malas. É uma Mulher simples, do povo. Passa despercebida, como qualquer simples mortal. Provavelmente pediu ajuda a São José e a acompanhasse a casa de Isabel, uma cidade de Judá, Ain Karim, a 140 km de Nazaré. Deixa o que tem de deixar, por ora importa ajudar Isabel, depois pensará no Filho que carrega no Seu ventre.
       Não se faz rogada. Não precisa que lhe digam que pode ser prestável. Antes que Lhe peçam, já Ela está a ajudar e/ou a interceder. Já está a caminho. Pouco tempo teve para digerir a notícia que o Anjo Lhe deu. No Seu Sim, abre a humanidade à vinda da divindade, à vinda do Filho de Deus. Mas por ora não há tempo a perder. É necessário partir, é preciso ir, sair, correndo.
       4 – A resposta de Maria, alimentada pela fé em Deus, pela confiança no Senhor, sintoniza-nos às maravilhas com que Deus manifesta o Seu amor por nós. A salvação não será primeiramente o que cada um de nós fizer, como conquista, ou usurpação. É de Deus a iniciativa, que Se dá, que Se entrega, que vem, que Se envolve com a humanidade. Precisa e quis precisar de nós. Em Maria encontra a humildade, a delicadeza, a abertura aos Seu planos salvíficos. Com o SIM de Maria, Deus inicia uma nova forma de Se relacionar connosco, vem em carne e osso, para ser Deus connosco, Um de nós. Já não distante. Nunca Juiz, mas Pai. Não de fora. Ou alheado do drama da história. É um Deus compassivo e misericordioso, cujas entranhas de Mãe e Pai se revoltam perante as trevas que nos impedem de ver os outros como irmãos.
       Deus não nos exige nada que não possamos fazer. E não exige menos que a nossa vida por inteiro. Maria responde com o que é, e predispõe a Sua vida para acolher Jesus e para O dar a todo o mundo. Será a mesma resposta de Jesus. Não Se Lhe exige sacrifícios, dando a entender que a salvação se conquistaria pelo mérito de cada um, mas entrega-Se a Deus com todo o Seu Corpo, a Sua vida por inteiro, fazendo com que a Sua vida espelhe a Misericórdia do Pai.
       A Epístola aos Hebreus fala-nos do Corpo de Cristo, como único e supremo sacrifício na obediência. «Não quiseste sacrifícios nem oblações, mas formaste-Me um corpo. Não Te agradaram holocaustos nem imolações pelo pecado. Então Eu disse: ‘Eis-Me aqui; no livro sagrado está escrito a meu respeito: Eu venho, ó Deus, para fazer a tua vontade’». O culto que chegará com a vinda de Cristo, é o culto da obediência até à morte e morte de Cruz. Ele oferece-Se a Si mesmo, de uma vez para sempre. Não oferece sacrifícios, exteriores, mas oferece-Se, dando a Sua vida por inteiro. Mostra-nos que o único caminho que nos leva à eternidade passa pelo amor, pela compaixão, passa por acolhermos Deus, dando-nos uns aos outros. Já nem precisamos de dizer que a salvação é um dom que se acolhe partilhando, dando Deus aos outros!

       5 – No alto da Cruz, Jesus confia-nos Maria por Mãe, para que A acolhamos em nossa casa, para que sejamos Casa de Oração e de Misericórdia uns para os outros. Procuremos imitá-l'A no Sim sem reservas, confiando, entregando-nos a Deus, indo ao encontro de todos os familiares e amigos, para lhes levar e lhes confiar a Alegria que se gera em nós, como discípulos missionários.
       Peçamos ao Senhor ajuda, sabedoria, discernimento: «Infundi, Senhor, a vossa graça em nossas almas, para que nós, que pela anunciação do Anjo conhecemos a encarnação de Cristo, vosso Filho, pela sua paixão e morte na cruz alcancemos a glória da ressurreição».
       A salvação está próxima, pressente-se a alegria no ventre de Maria, que nos traz e nos dá Jesus, sabendo de antemão que um dia Ele, o mesmo Jesus, nos dará Maria por Mãe.

Pe. Manuel Gonçalves


Textos para a Eucaristia (C): Miq 5, 1-4a; Sl 79 (80); Hebr 10, 5-10; Lc 1, 39-45.

Coroa do Advento: Quarto Domingo do Advento

Coroa do Advento - texto para acompanhar o acender da quarta vela.
Depois da saudação inicial e antes do Ato penitencial.

1.º Leitor:
Bom dia, queridos amigos.
Estamos em vésperas de Natal. À nossa volta tudo se prepara para mais uma festa.
Para nós cristãos será importante que a Festa tenha Jesus no centro, pois é Ele que vem nascer no meio de nós, para ser Deus connosco.
No Evangelho veremos a pressa com que Maria sai ao encontro da Sua prima Isabel. Leva a Isabel a alegria do Evangelho que se gera no Seu ventre.
Pôr-se a caminho há de ser a atitude permanente dos discípulos de Jesus.
Sair de si, ir ao encontro dos outros, criar espaço para Jesus nascer e crescer, criar espaço para os outros, para os acolher, para os compreender, para os ajudar.
A presença Maria é bênção e toda a bênção gera vida, gera alegria, gera paz, gera luz (acender as 4 velas).
2.º Leitor:
A escolha de Deus distancia-se de muitas das nossas escolhas. Habitualmente escolhemos o que é agradável à vista e ao ouvido; a robustez e a beleza; aqueles com quem simpatizamos.
Deus escolhe o que é pequeno, pobre, último, insignificante. Não para excluir, mas para incluir. Para Ele todos contam, não há ninguém insignificante, pois todos são obra das Suas mãos.
1.º Leitor:
A Virgem de Nazaré reveste-se de esperança para nós. Ensina-nos a amar, para acolher, a partir, a dar-se, comunicando a alegria. Para Ela cada encontro é oportunidade para levar Deus e, com Deus, partilhar a alegria que não tem fim.
Não precisa que lhe digam onde pode ser prestável. Antes que Lhe peçam, já está a ajudar e a interceder. Já está a caminho. Teve pouco tempo para digerir a notícia que o Anjo Lhe deu. Não há tempo a perder. É necessário partir, é preciso ir, sair, correndo.
2.º Leitor:
A salvação está próxima, pressente-se a alegria no ventre de Maria, que nos traz e nos dá Jesus.
Preparemo-nos para escutar a palavra de Deus, invocando desde já a Misericórdia infinita do Senhor, para que venha em auxílio das nossas fraquezas e dos nossos medos.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Pe. Manuel Pinto Afonso: COMPLETARIA 100 ANOS

 
Pe. Manuel Pinto Afonso:
       nasceu no dia 18 de Dezembro de 1915, em Cinfães, e foi ordenado sacerdote no dia 7 de Julho de 1940. Faleceu no dia 11 de Setembro de 2011, no Hospital de Lamego, com 95 anos de idade.
       Esteve como formador/professor no Seminário Maior por algum tempo, depois de ter sido ordenado, tendo-se tornado uma referência para o actual Bispo de Lamego, D. Jacinto Tomás de Carvalho Botelho, que via nele um modelo de sacerdote a seguir.
       Foi depois coadjuvar na paroquilidade de Ferreiros, sua terra natal. Na Igreja Paroquial, onde foi baptizado viria acolher o enlace matrimonial dos pais do actual Bispo de Aveiro, D. António Francisco dos Santos, a quem também baptizou.
       Algum tempo depois, foi nomeado pároco de Tendais, também no concelho de Cinfães.
       Entretanto veio para o Concelho/Arciprestado de Tabuaço, assumindo a paroquialidade de Barcos, Adorigo e Santa Leocádia, e colaborando como professor no Externato de Tabuaço. Foi nomeado pároco de Tabuaço, em 1961, assumindo também a direcção do Externato de Tabuaço, sucedendo ao Pe. Abel Ferreira Alves.
       Segundo D. Jacinto, ao longo da sua vida de sacerdote, manifestou uma grande predilecção por Nossa Senhora da Conceição, pelo que a Festa da Imaculada Conceição, Padroeira de Tabuaço, era um dos momentos mais queridos do pároco e da comunidade, bem como a novena que precede a Festa.
 
        Em 8 de Dezembro de 1988, foi benzido o monumento em honra de Nossa Senhora da Conceição, que está sobre a Vila de Tabuaço e que exprime a forte devoção à Padroeira.
       Era um homem de oração e reconhecido pregador. Foi Arcipreste de Tabuaço durante muitos anos. A sua dedicação pastoral traduziu-se também no movimento dos Cursos de Cristandade, que tiveram, por sua iniciativa, uma grande implantação em Tabuaço, tornando-se a Residência Paroquial (actual Centro Paroquial) lugar para as reuniões dos cursistas de Tabuaço, mas também de Arciprestados vizinhos.
       Como professor, foi-lhe reconhecida a mestria nomeadamente em Português (Língua Portuguesa), mas em outras áreas. Aliás, foi com o propósito de ser um dos professores do Externato que terá sido "puxado" para a paroquilidade de Barcos, Adorigo e Santa Leocádia, as paróquias que estavam disponíveis no Arciprestado. Até que veio para a Vila e assumiu a direcção do Externato, onde muitas pessoas prosseguiram os seus estudos, abrindo portas para o futuro profissional.
       Nos últimos anos tinha a colaboração do Pe. Luís na paroquialidade de Tabuaço e Pinheiros. Ou melhor foram constituídos como Equipa Sacerdotal, segundo o Sr. Bispo D. Jacinto, a primeira da Diocese de Lamego, englobando o espaço pastoral: Tabuaço, Pinheiros, Barcos, Adorigo, Santa Leocádia.
       Foi sepultado na sua terra natal, Ferreiros, de Cinfães, no dia 12 de Setembro de 2011, um dia depois da sua morte. Presidiu às Exéquias solenes o Bispo de Lamego, D. Jacinto. Concelebraram o Bispo de Aveiro, D. António, e muitos sacerdotes da Diocese de Lamego, entre os quais os sacerdotes a exercer em Tabuaço, Pe. Luís, actual pároco de Barcos, Adorigo e Santa Leocádia, e que com ele formou equipa sacerdotal durante alguns anos, Pe. Ildo, pároco de Chavães e Arcos, Pe. Filipe, que nos últimos anos ia a sua casa celebrar Eucaristia com ele, o actual pároco de Tabuaço e Pinheiros, Pe. Manuel Gonçalves.
       A Igreja em que nasceu para a fé, estava repleta, esteve rodeado dos familiares, das pessoas que o acompanharam ao longo dos anos e dele cuidaram, de muitos amigos, a comunidade paroquial de Ferreiros, e da comunidade paroquial de Tabuaço, o Presidente da Câmara Municipal de Tabuaço, Dr. João Ribeiro, uma representação dos Bombeiros de Tabuaço.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

És Tu o Messias, ou devemos esperar outro?

       João Baptista chamou dois dos seus discípulos e enviou-os ao Senhor com esta mensagem: «És Tu Aquele que havia de vir ou devemos esperar outro?» Ao chegarem junto de Jesus, os homens disseram-Lhe: «João Baptista mandou-nos perguntar-Te: ‘És Tu Aquele que havia de vir ou devemos esperar outro?’» Nessa altura Jesus curou muitas pessoas, de doenças, padecimentos e espíritos malignos, e deu a vista a muitos cegos. Então respondeu-lhes: «Ide contar a João o que vistes e ouvistes: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos ficam limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e aos pobres é anunciado o Evangelho; e feliz daquele que não encontrar em Mim ocasião de queda» (Lc 7, 19-23).
     João Batista, depois de ter ouvido dizer muitas coisas de Jesus, manda alguns dos seus discípulos para dissipar as dúvidas: «És Tu Aquele que há-de vir ou devemos esperar outro?» Jesus respondeu-lhes: «Ide contar a João o que vedes e ouvis: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e a boa nova é anunciada aos pobres...".
       Não esqueçamos, também, que a resposta de Jesus não é retórica, mas responde com a sua postura diante do mundo, perante as pessoas que encontra pelo caminho... 
      Para os cristãos, a vinda do Messias não se situa no futuro mas no presente como nos diz o Evangelho, onde Jesus responde às expectativas anunciadas.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Tabuaço: JORNADA ARCIPRESTAL DE ACÓLITOS | 2015

       Foi no passado dia 12 de Dezembro que se realizou pela primeira vez, no Arciprestado de Moimenta da Beira, Sernancelhe e Tabuaço, a Jornada Arciprestal de Acólitos.
       Este encontro consistiu na formação de acólitos, não só de Tabuaço, mas também de outras paróquias do Arciprestado. Iniciámos a jornada com o acolhimento aos jovens, por volta das dez da manhã, no centro paroquial de Tabuaço.
       Juntamo-nos todos numa sala para darmos início à formação.
       Aqui podemos aprender mais sobre o nosso compromisso de acólitos, aprofundando os vários conhecimentos que nos cabe saber. Fizemos também um questionário sobre o tempo litúrgico a que demos início – o Advento –, e também sobre as várias partes da Missa onde o acólito intervém.
       Chegada a hora, fomos almoçar, onde convivemos e trocamos experiências e conhecimentos uns com os outros.
       Durante a tarde demos continuidade à formação.
       Aproximando-se a hora da Missa, dirigimo-nos para a Igreja Paroquial onde todos os acólitos presentes neste encontro puderam participar, acolitando.
       Foi um dia muito produtivo, onde aprendemos novas coisas, fizemos novas amizades e aprofundamos os nossos conhecimentos.

Cláudia Canelas, Grupo de Acólitos de Tabuaço

FOTOS desta Jornada Arciprestal:
Para ver outras fotos que disponibilizamos visite a Página do Arciprestado no Facebook: