quinta-feira, 18 de maio de 2017

Permanecei no meu amor


       A expansão do Evangelho encontra, aqui e além, externa e internamente, algumas dificuldades. Paulo e Barnabé sobem a Jerusalém para se encontrarem com a comunidade original, com o grupo dos Apóstolos e com os Anciãos. A polémica incide sobre se os cristãos vindos do paganismo têm de cumprir as prescrições judaicas, se têm de manter as tradições próprias da Lei mosaica. Segundo os cristãos vindos do judaísmo, os cristãos vindos do paganismo têm de ser circuncidados e cumprir com outros requisitos judaicos. Depois de refletirem em comunidade, inspirados pelo Espírito Santo, os Apóstolos, em comunidade, respondem.
       Por aqui se vê como a comunidade é também um espaço de reflexão, de diálogo, de oração, de compreensão. Vê-se também a estrutura hierárquica. Tiago, o Bispo de Jerusalém, tem a última palavra sobre o assunto.
       O essencial não são as tradições mas a fidelidade a Jesus Cristo. Em todo o caso há algumas recomendações para que não haja confusão com a idolatria e para apaziguar a relação entre todos os cristãos.
Pedro: «Irmãos, vós sabeis que, desde os primeiros dias, Deus me escolheu do meio de vós, para que os gentios ouvissem da minha boca a palavra do Evangelho e abraçassem a fé. Deus, que conhece os corações, deu testemunho a favor deles, ao conceder-lhes o Espírito Santo como a nós; não fez qualquer distinção entre nós e eles, porque purificou os seus corações pela fé... toda a assembleia ficou em silêncio e começou a ouvir Barnabé e Paulo descrever os milagres e prodígios que Deus realizara por seu intermédio entre os gentios. Quando eles acabaram de falar, Tiago tomou a palavra e disse: «Irmãos, escutai-me. Simão contou como Deus, ao princípio, Se dignou intervir, para formar de entre os gentios um povo consagrado ao seu nome. Isto concorda com as palavras dos Profetas, como está escrito: ‘Depois disto, virei para reconstruir a tenda de David, que estava caída; reconstruirei as suas ruínas e erguê-las-ei de novo, para que o resto dos homens procurem o Senhor, com todas as nações consagradas ao meu nome. Assim fala o Senhor, que desde sempre dá a conhecer estas coisas’. Por isso, sou de opinião de que não se devem importunar os gentios convertidos a Deus. Digam-lhes apenas que se abstenham de tudo o que foi contaminado pela idolatria, das relações imorais, das carnes sufocadas e do sangue. Desde os tempos antigos, Moisés tem em cada cidade os seus pregadores e é lido todos os sábados nas sinagogas» (Atos 15, 7-21).
       No Evangelho encontramos a resposta dada pela comunidade de Jerusalém. Jesus diz o que é essencial para os Seus seguidores: amar como Ele nos amou. Deus é fonte de todo o amor. Deus ama o Filho. O Filho, Jesus Cristo, ama-nos com o mesmo amor que recebeu do Pai. O cristão, seguidor de Cristo, deverá amar do mesmo jeito. Dessa forma saberemos que permanecemos em Deus. Amar como Jesus, leva-nos a cumprir as Suas palavras. A finalidade: para que a Sua alegria esteja em nós.

«Assim como o Pai Me amou, também Eu vos amei. Permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como Eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor. Disse-vos estas coisas, para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa» (Jo 15, 9-11).

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