sexta-feira, 3 de novembro de 2017

São Martinho de Porres, religioso

Nota biográfica:
       Nasceu em Lima (Peru) de pai espanhol e mãe preta, no ano 1579. Aprendeu desde muito jovem o ofício de barbeiro e enfermeiro; e, quando entrou na Ordem dos Pregadores, dedicou-se de modo singular à enfermagem em favor dos pobres. Levou uma vida de constante mortificação e profunda humildade e cultivou uma especialíssima devoção à Eucaristia. Morreu em 1639. 
ORAÇÃO de coleta:
       Deus de infinita bondade, que levastes São Martinho à glória celeste pelos caminhos da humildade, dai nos a graça de seguir o seu exemplo admirável, para que sejamos glorificados com ele no Céu. Por Nosso Senhor.
São JOÃO XXIII, papa, na canonizacão de São Martinho de Porres
6 de Maio de 1962

«Martinho da caridade»

Com o exemplo da sua vida, Martinho mostra-nos como é possível chegar à salvação e à santidade pelo caminho que Jesus Cristo indica, a saber, se antes de tudo amamos a Deus com todo o nosso coração, com toda a nossa alma e com todo o nosso espírito; e, em segundo lugar, se amamos o nosso próximo como a nós mesmos.
Ao compreender que Jesus Cristo padeceu por nós e carregou os nossos pecados no seu corpo sobre a cruz, acompanhou com singular amor o Crucificado; e, ao contemplar os seus cruéis tormentos, não podia dominar a emoção e chorava abundantemente. Amou também com especial amor o santíssimo sacramento da Eucaristia, ao qual dedicava com frequência longas horas de oculta adoração diante do sacrário e do qual desejava alimentar se com a maior frequência possível.
Além disso, seguindo as exortações do divino Mestre, São Martinho amou os seus irmãos com profunda caridade, nascida duma fé inquebrantável e dum coração humilde. E amava os homens porque os considerava sinceramente filhos de Deus e irmãos seus; melhor, amava os mais do que a si mesmo, pois na sua humildade julgava a todos muito justos e melhores do que ele.
Desculpava os defeitos dos outros e perdoava as mais graves ofensas, por estar persuadido de que era muito mais o que merecia pelos seus pecados. Procurava com todo o empenho trazer os pecadores ao bom caminho. Assistia carinhosamente os enfermos. Fornecia comida, roupas e medicamentos aos necessitados. Na medida das suas possibilidades, protegia, com todo o género de solicitude e ajuda, os camponeses, os negros e os mestiços, que nesse tempo exerciam os ofícios mais desprezíveis, de tal modo que mereceu ser apelidado «Martinho da caridade».
Este santo homem, que, pela sua palavra, exemplo e virtude, contribuiu tão eficazmente para atrair os outros à religião, também agora tem o poder admirável de elevar o nosso pensamento às realidades celestes. Nem todos, infelizmente, apreciam estes dons sobrenaturais, nem todos os apreciam como convém; pelo contrário, são muitos os que, inclinados para as seduções do vício, os desconsideram, desprezam ou esquecem completamente. Oxalá o exemplo de Martinho ensine, para a salvação de muitos, como é suave e feliz seguir os passos de Jesus Cristo e obedecer aos seus mandamentos!

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